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O diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Mauro Marcelo, foi demitido do cargo na noite desta quarta-feira pelo presidente da República em exercício, José Alencar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está na França, apoiou a decisão e foi informado, por telefone, dos fatos e da evolução da crise criada com o Congresso. Num email enviado aos servidores da Abin, Mauro qualifica a CPI dos Correios de "picadeiro" e chama os integrantes da comissão de "bestas-feras".

Antes da decisão do governo, a CPI tinha aprovado a convocação do diretor da Abin e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, para dar explicações sobre a mensagem. A CPI também decidiu encaminhar ao Ministério Público um pedido para que apresente uma ação criminal contra Mauro Marcelo por causa da forma como se referiu aos parlamentares.

A mensagem enviada por Mauro para os servidores da Abin foi levada à CPI pelo líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ). No texto, o diretor da Abin faz comentários sobre o depoimento do agente Edgar Lange na CPI, elogiando a conduta dele, que "enfrentou as bestas-feras em um verdadeiro picadeiro".

Os parlamentares da CPI reagiram com irritação. O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) classificou de inaceitável as ofensas aos integrantes da comissão. Cardoso disse que Mauro Marcelo ultrapassou todos os limites.

O deputado Jorge Bittar (PT-RJ) se mostrou indignado com o texto e afirmou que não refletia a orientação de Lula. No documento, Mauro Marcelo critica também a Advocacia Geral da União.

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