Um grupo de policiais civis de Brasília chegou às 6 horas desta quarta à Rua Domingos Lopes da Silva, no Morumbi, em São Paulo. Eles estavam munidos de mandado de prisão contra um morador do terceiro andar do Edifício Mondrian. O nome do alvo: Heraldo Puccini Neto, diretor da Delta Construções para a Região Sudeste. Mas Puccini não estava no apartamento.
Agora, oficialmente, carrega o rótulo de foragido da Justiça.
Na presença da mulher do executivo e de promotores do Ministério Público paulista, que acompanharam a operação, os policiais apreenderam documentos e computador. A polícia ainda confiscou vasta coleção de joias, além de dólares, reais e cerca de 30 relógios de pulso de marcas famosas - para os policiais indício de lavagem de dinheiro ilícito - que estavam guardados em um armário e em um cofre.
Puccini é alvo da Operação Saint Michel, desdobramento da Monte Carlo, contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A PF encaminhou à Justiça de Brasília relatório sobre a nova meta de Cachoeira - o domínio de uma fatia dos transportes públicos.
O Ministério Público do Distrito Federal agiu rapidamente e encontrou indícios de envolvimento de Puccini em suposto esquema de fraudes em processo de licitação de R$ 60 milhões, relativa ao sistema de bilhetagem eletrônica no transporte público.
A Justiça decretou a prisão preventiva de Puccini por tráfico de influência no Governo do Distrito Federal. Ele e Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, teriam pago em 2011 propina de R$ 50 mil a Valdir dos Reis, ex-servidor e ex-assessor de confiança da Secretaria de Planejamento, em troca de informações privilegiadas e facilitação na licitação. Puccini e Cláudio teriam obtido minuta do edital com antecedência.
Escutas realizadas com autorização judicial revelam que Puccini é um dos interlocutores mais próximos de Cachoeira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.