
A lista de funcionários comissionados do governo do estado, divulgada na terça-feira na internet, revela que o Paraná tem pelo menos mais um secretário estadual, além dos 26 oficiais. O atual diretor-presidente da Rádio e Televisão Paraná Educativa (RTVE), Marcos Batista, ocupa um cargo de simbologia AE-1, nomenclatura que designa os secretários estaduais.
O documento, disponível no site da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Sesp) www.seap.pr.gov.br , ainda aponta Algaci Túlio como diretor-presidente da RTVE. Na relação, ele ocupa um cargo representado pelo código DAS-1, equivalente ao de um diretor de autarquia, como a própria TV Educativa.
A troca de cargos na RTVE que aparece na relação confundiu até mesmo um dos principais envolvidos. "Era o cargo que estava disponível no momento. Eu só ocupo o cargo porque sou funcionário da TV Educativa e pelo fato do Marcos Batista ter sido indicado como secretário", disse Algaci Túlio.
A Secretaria da Administração informou, porém, que houve um erro na descrição dos cargos no processo de transferência dos dados da folha de pagamento para a lista divulgada na internet. Segundo a Seap, Marcos Batista, de fato, é diretor-presidente da RTVE. E Algaci Túlio é apenas um assessor da emissora.
No entanto, o Decreto 53, de 1.º de fevereiro deste ano, nomeia Batista como diretor-presidente da RTVE pelo símbolo AE-1, exonerando-o do cargo de diretor-presidente, cujo código anterior era DAS-1. Ou seja, Batista manteve-se formalmente como presidente de uma autarquia (a RTVE), mas passou a ter status de secretário. Com isso, seu salário passou de R$ 4.790,24 para R$ 11.925,44.
O mesmo ocorreu no Decreto 114, de 12 de fevereiro deste ano, que nomeou Túlio para exercer o cargo sob símbolo DAS-1, equivalente ao de diretor-presidente de uma autarquia estadual e com salário mensal de R$ 4.790,24. Na ocasião, Túlio foi exonerado da função de assessor da governadoria.
O curioso é que outros funcionários que exercem o mesmo cargo que Batista em outras autarquias do governo estadual continuam cadastrados sob o código original, DAS-1. Assim ocorre com a diretora-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, Marisa Villela, e com o diretor-presidente do Instituto Ambiental do Paraná, Vitor Hugo Burko. Ambos recebem menos que Batista e o mesmo que Algaci Túlio, que formalmente é apenas um assessor.
A Gazeta do Povo procurou Marcos Batista para comentar a situação. A RTVE informou, porém, que ele estava viajando e não poderia dar entrevista.
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