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Um dos diretores do presídio de segurança máxima de Iaras, no interior de São Paulo, foi preso, nesta terça-feira, acusado de vender privilégios para os chefes da quadrilha que organizou os ataques no estado. A casa de Amauri Vieira Rosa foi cercada e ele foi preso assim que se apresentou. Rosa era um dos responsáveis por manter a disciplina no presídio de Iaras.

Ele é acusado de vender privilégio para os presos durante o tempo em que era diretor substituto de disciplina no presídio de Avaré, também no interior do estado. Naquele período, estavam na penitenciária de Avaré os detentos mais perigosos de São Paulo: Marcos Camacho, o Marcola; Orlando Mota Junior, o Macarrão; e Julio César de Moraes, o Juninho Carambola, apontados como chefes da série de ataques contra ônibus, bancos e prédios que acontece desde maio em São Paulo.

Rosa teria recebido dinheiro de uma pessoa que representa a quadrilha, como comprovam escutas telefônicas autorizadas pela polícia. Na conversa gravada, uma mulher diz:

- Aqui tem cinco certinho e aqui tem mais cinco. Tem dez. E ele está conferindo o resto lá.

Chefes da quadrilha estavam em Avaré para serem vigiados com mais rigor, mas o dinheiro dado ao diretor era para garantir que eles receberiam informações. Em outro trecho da escuta, Rosa diz:

- O comando daqui quer saber a cela e os horários de banho de sol deles.

- Para quê? - responde uma mulher.

- Pediram para aumentar o policiamento - responde o diretor.

Amauri recebe mais dinheiro, de acordo com outro trecho da escuta.

- Ai, já tá os R$ 20 mil, tudo certinho? Esses R$20 mil você pediu para quê? Para abrir as portas para eles ficarem lá? - pergunta uma mulher.

- Foi para deixar eles à vontade - responde o diretor.

As revistas do presídio eram anunciadas com antecedência.

- Eu aviso eles para dispensar um radinho (celular), uma droga, eu aviso - afirma Rosa, em outra conversa.

O Ministério Público e o serviço de inteligência da secretaria de Administração Penitenciária acreditam no envolvimento de outras pessoas.

- No esquema a gente sempre põe você e o Tomazella, tá bom? - pergunta a mulher.

Fernando José Tomazella era o diretor geral do presídio de Avaré. Segundo a investigação, o tratamento dos presos não poderia mudar sem o conhecimento dele. O diretor do presídio, Fernando Tomazella, disse que desconhece as denúncias e, por isso, não vai comentá-las.

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