O diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, informou nesta quinta-feira (12), por meio da secretaria de comunicação da Casa, que deixará o imóvel funcional destinado a ele na Asa Norte, em Brasília, ainda nesta tarde. Reportagem do jornal "Correio Braziliense" afirma que o imóvel é ocupado apenas por filhos do servidor, enquanto ele mora em casa no Lago Sul, também na capital federal.

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Zoghbi dirige há 15 anos a área de pessoal da Casa e recebeu autorização para morar no imóvel em 1999. O apartamento funcional cedido ao diretor tem 180 metros quadrados. Segundo a denúncia do jornal, no entanto, o servidor mora em uma casa de mais de 700 metros quadrados no Lago Sul que foi comprada em 1992 por um de seus filhos, que, na época, era estudante e menor de idade.

Em resposta ao jornal, o servidor afirmou que reside no apartamento funcional, que agora anuncia a devolução, negando morar na casa do Lago Sul. A secretaria de comunicação do Senado afirmou que o diretor não dará entrevista nesta terça-feira, mas divulgará uma nota se defendendo das acusações.

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Agaciel Maia

No início do mês, houve uma denúncia contra outro diretor do Senado. Agaciel Maia acabou entregando o cargo de diretor-geral da Casa ao presidente do Senado, José Sarney. O jornal "A Folha de S. Paulo" acusou o servidor de ter ocultado de sua declaração de bens uma mansão de R$ 5 milhões em Brasília.

Sarney afirmou em um primeiro momento não ver motivo para afastar Agaciel antes de uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a evolução patrimonial do servidor. A pressão dos colegas fez com que o presidente do Senado mudasse de ideia.

Diretor-geral do Senado desde 1995, Agaciel já foi investigado algumas vezes. A principal aconteceu em uma operação da Polícia Federal nas dependências do Senado. A PF avisou o então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), da investigação. O servidor foi acusado de ter mexido nos computadores que seriam apreendidos antes de a polícia chegar.

No caso da mansão, Agaciel admitiu em um primeiro momento em entrevista à "Folha de S. Paulo" ter registrado o imóvel em nome de seu irmão, o deputado federal João Maia (PR-RN), por estar com os bens bloqueados em 1996, data da compra.

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Na segunda-feira (2), o diretor-geral retificou sua afirmação e disse ter declarado a mansão em seu imposto de renda, deixando apenas de passar a escritura para o seu nome por se tratar de um "negócio familiar". Afastado da função, Agaciel continuará a dar expediente no Senado porque é funcionário efetivo.

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