Reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S.Paulo" neste domingo (29) indica supostas ligações entre o diretor de Operações dos Correios, Eduardo Arthur Rodrigues da Silva, com uma empresa que presta serviço para a estatal. De acordo com a reportagem, o novo diretor era presidente de uma empresa de mala postal chamada Master Top Linhas Aéreas (MTA). Antes da sua nomeação nos Correios, a empresa venceu um pregão eletrônico para prestar serviços à estatal no valor de R$ 44, 9 milhões. O G1 entrou em contato com a assessoria dos Correios e aguarda retorno.
Segundo a reportagem, ao ser nomeado, Silva passou o comando da MTA para uma das suas filhas, Tatiana Silva Blanco. O serviço prestado pela empresa ligada à família do novo diretor é considerada estratégica para os negócios dos Correios, representando 13% do valor total da malha e 14% da capacidade de carga contratada. A empresa é responsável por uma das principais linhas da estatal, a linha 12, que opera o trecho Manaus-Brasília-São Paulo.
Silva, que é conhecido como "coronel Arthur" ou "coronel Quaquá", assumiu a direção de Operação dos Correios após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerar, no último dia 28 de julho, a direção da estatal. A decisão de demitir os dois executivos atendeu a uma recomendação da Casa Civil e do Ministério do Planejamento, incumbidos por Lula de elaborar um plano para recuperar a arrecadação dos Correios. Em 2009, a estatal registrou queda nos lucros. Uma das missões de Silva no cargo é o plano de reestruturação da estatal, e que inclui a criação de uma subsidiária com aviões para transportar a carga especial da encomendas.
Ao jornal, o chefe do departamento de Relacionamento Institucional dos Correios, Mário Renato Borges da Silva, disse desconhecer qualquer ligação do diretor de Operação com a Master Top, bem como a origem da indicação. "O corpo técnico da empresa não se envolve com isso, porque é indicação presidencial. Se houver alguma ligação [com a empresa aérea], foge a nossa capacidade", disse o diretor ao jornal.
Ainda de acordo com a reportagem, antes de Silva assumir a direção da Operação dos Correios, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou a suspensão da cerificação da MTA, empresa que era presidida por Silva. A empresa havia sido multada por excesso de trabalho dos tripulantes e teve o certificado de homologação de empresa aérea suspenso pela Anac. Segundo o jornal, a suspensão foi retirada pela Anac no dia 27 de julho, véspera do anúncio da indicação de Silva para a direção dos Correios. A Anac aceitou uma mudança na escala de trabalho dos funcionários e liberou a empresa para retomar os voos.
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