A diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, pediu apoio do movimento estudantil para levar os candidatos à Presidência da República a assumir o compromisso de não "tocar" na estatal, no seu orçamento e nem no seu marco regulatório. O apelo foi feito nesta sexta-feira (23), no debate "Por uma política democrática de comunicação para o Brasil", durante o 58º Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg) da União Nacional dos Estudantes (UNE), que acontece no Rio.
Tereza ainda sugeriu que os estudantes transformassem em bandeira de luta o Plano Nacional de Banda Larga, projeto do governo federal para levar internet rápida a preço acessível a todos os municípios do País, e a batalha jurídica travada com as empresas de telecomunicação. Elas não aceitam a mudança na lei que criou a EBC e estabeleceu uma contribuição para a empresa a partir do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel).
Em tom de comício, a diretora-presidente da EBC disse ainda ter muita honra de ter aceitado o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o cargo e que "levou porrada" desde então. "Eu tenho muita honra de ter saído de uma posição confortável, prestigiada, bem remunerada, na maior organização de comunicação do País, onde eu era colunista de jornal e comentarista de televisão, e aceitar o convite do presidente Lula para construir a EBC", disse Tereza. A jornalista era colunista de política do jornal O Globo e comentarista do canal de TV por assinatura Globonews. "Levamos porrada que não tem limite, mas nós sabemos e temos a clareza de que estamos fazendo história".
Sem mencionar nomes ou partidos, Tereza ainda disse que o País passa por ano decisivo de sua história, no qual os brasileiros terão que decidir entre conservar e mudar - em referência às eleições de outubro.
Como vem ocorrendo desde o início do 58º Coneg, integrantes da mesa foram tímidos nos elogios à pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, mas não pouparam de críticas ao seu principal adversário, o tucano José Serra, afirmando que sua eleição representaria o retrocesso nas políticas de investimento no sistema público de comunicação.