Diretores da Copel estiveram na manhã desta quarta-feira (09) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para esclarecer aos deputados pontos referentes ao reajuste da tarifa de energia elétrica no estado. A audiência foi solicitada pelos deputados da oposição diante da polêmica envolvendo o aumento médio de 35,05% na tarifa, índice aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no mês passado. Depois, a Copel voltou atrás e estabeleceu um novo reajuste de 24,86%, que ainda aguarda análise pela agência.
O diretor de Distribuição da Companhia, Vladimir Daleffe, disse que o índice é decorrente do alto custo da energia elétrica em todo o país, que subiu em função da necessidade do acionamento de usinas térmicas. Daleffe afirmou também que a responsabilidade sobre a fixação da tarifa é compartilhada com a Aneel. "A Copel não definiu um índice aleatoriamente, até porque, como um monopólio natural, não poderia definir sua própria tarifa", disse.
Questionado sobre um possível aumento de lucros da estatal com o reajuste, o diretor explicou que a companhia é segmentada em cinco empresas e que o ramo de distribuição não tem apresentado resultados positivos. Segundo ele, inclusive, o reajuste só pode ser reduzido com o aporte de outros ramos da estatal na distribuidora. Daleffe descartou, porém, a possibilidade de cortes de investimento no setor de distribuição. "Os investimentos vão sofrer mais impacto em outros segmentos em que a Copel poderia fazer nesses doze meses", disse.
Reação
Os deputados da oposição não ficaram satisfeitos com as explicações dos diretores da Copel sobre o reajuste da tarifa e outros temas levantados, como a lucratividade da estatal e o impacto da diminuição do porcentual de reajuste na tarifa no próximo ano. "A Copel está abrindo mão de 11% de reajuste a que teria direito e, com esse deferimento, o custo da energia pode chegar perto dos 40% no ano que vem", afirmou o deputado Tadeu Veneri (PT).
Um dos motivos para o alto porcentual de aumento da tarifa neste ano, segundo o petista, é a não adesão do estado do Paraná e também de Minas Gerais e São Paulo na Medida Provisória de setembro de 2012 do governo federal, que trata da renovação das concessões de energia elétrica e estabelece a redução do valor das tarifas. "A direção da Copel, contando o governador [Beto Richa (PSDB)], fez uma opção política de ter uma energia que gerasse mais lucro para os seus acionistas em detrimento de uma energia mais barata", disse.
Já o líder do governo na Alep, deputado Ademar Traiano (PSDB), defendeu que a decisão de não aderir à Medida Provisória foi técnica. "A Copel fez essa opção porque senão teria que entregar todo o seu patrimônio para a Aneel em 2014 e temos que defender aquilo que é nosso", disse. Para o tucano, a responsabilidade sobre o aumento da tarifa também é federal. "A responsabilidade é de toda a bagunça do setor energético brasileiro e da falta de infraestrutura de energia do país", afirmou.
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