O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, recebeu pelo menos R$ 280 mil dos cofres públicos ao sair em março da diretoria-geral da Alcântara Cyclone Space (ACS), uma sociedade dos governos do Brasil e da Ucrânia para gerir o principal programa espacial brasileiro, que passa por grave crise financeira. Amaral recebeu esse dinheiro porque conseguiu ser oficialmente "demitido" do cargo.
Em entrevista gravada à reportagem, o dirigente do PSB afirmou que foi ele quem decidiu sair da direção da ACS, ainda durante as eleições 2010. "Eu quis. Pedi e acertei com a presidente Dilma antes do processo eleitoral", afirmou. Ele contou, porém, que negociou com o governo federal para ser demitido. "Eu pedi para ser demitido, todo mundo faz isso. Não posso ser crucificado por isso", afirmou.
A receita da empresa é 100% de origem pública. Por ser uma parceria internacional, seus funcionários são contratados pelas regras da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e têm carteira assinada. Ao ser atendido no desejo de ser demitido, o dirigente do PSB e ex-ministro de Ciência e Tecnologia fez um grande negócio, porque teve direito às indenizações de demissões sem justa causa - os R$ 280 mil foram pagos pela ACS incluindo, por exemplo, os 40% de multa sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Esses valores ainda não incluem o saldo do FGTS que Amaral pôde sacar por ter sido demitido.
No mesmo dia da demissão, Amaral foi nomeado para integrar os conselhos da Itaipu Binacional e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cujos salários somam cerca de R$ 25 mil. A chefe de gabinete de Amaral na ACS, Patricia Patriota, filha do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), também conseguiu ser demitida e recebeu cerca de R$ 55 mil.
A assessoria da Presidência disse que não confirma a versão de Amaral sobre o acordo para ser demitido. Informou que a Presidência decidiu por sua saída e que ele "foi exonerado por ter cumprido uma missão e ter encerrado um ciclo na empresa".
A ACS, vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, está paralisada. Criada em 2007, já recebeu R$ 218 milhões do governo brasileiro e R$ 98 milhões da Ucrânia num projeto orçado em R$ 1 bilhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Como a suspensão do X afetou a discussão sobre candidatos e fake news nas eleições municipais
Por que você não vai ganhar dinheiro fazendo apostas esportivas
Apoiadores do Hezbollah tentam invadir Embaixada dos EUA no Iraque após morte de Nasrallah
Morrer vai ficar mais caro? Setor funerário se mobiliza para alterar reforma tributária