Rio de Janeiro - Ao contrário de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), que lançaram suas pré-candidaturas em Brasília, Marina Silva (PV) decidiu fazer sua festa fora dos grandes centros urbanos. O lançamento do nome de Marina à Presidência ocorrerá hoje, a partir das 11 horas, na casa de shows Riosampa, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.
Mais do que o lançamento da pré-candidatura à Presidência, o evento que deve reunir 3 mil pessoas, deve ser o início de ofensiva do partido nas áreas metropolitanas das grandes cidades do país. Marina dará menos espaço a temas tradicionais de seu discurso e investirá em assuntos que afligem a população das periferias: saneamento e transporte.
No evento, o tom do discurso da senadora deve ser o da agregação de diferentes setores em torno de sua bandeira. "A ideia básica é de trabalhar no sentido de que a sociedade brasileira pode se juntar pelo Brasil que queremos", revelou na sexta-feira.
"A Baixada Fluminense simboliza as periferias das grandes cidades brasileiras abandonadas, repletas de problemas socioambientais, mas palpitantes de esperanças. O lugar apropriado para Marina apresentar as suas mensagens", afirmou Alfredo Sirkis, coordenador da pré-campanha da candidata do PV.
Segundo Sirkis, Marina tem uma poderosa mensagem para a população dessas periferias sua vida e seu exemplo de superação.
"Isso é suficiente para diferenciá-la e estabelecer aquele forte vínculo de coração com a mulher pobre e cristã, com o trabalhador que perde quatro horas por dia se deslocando ao trabalho, a partir de sua esquecida cidade-dormitório, e com o jovem de classe média local, que se vê privado de equipamentos culturais ou de entretenimento saudável."
Na ocasião, Marina ainda receberá o título de Cidadã Iguaçuense, oferecido pela Câmara Municipal de Nova Iguaçu.
Nome do vice
Há uma grande expectativa de que o encontro marque a oficialização do nome de Guilherme Leal, diretor-presidente da Natura, no posto de vice na chapa. "O partido está unânime em torno do Leal e sente que antecipar o anúncio pode ser um trunfo da candidatura de Marina", disse o coordenador da pré-campanha da senadora, o presidente do PV do Rio, Alfredo Sirkis. Ela desconversa. "Meu convite ao Guilherme foi enfático. E o anúncio do vice vai nos favorecer agora ou depois, pois não fizemos uma aliança pragmática, um cálculo puramente eleitoral."
"Período para decolar"
O encontro ainda vai marcar a oficialização da candidatura do deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) ao governo do Rio de Janeiro. Trata-se da grande aposta do PV para as eleições estaduais. Depois do Acre, o Rio é o estado em que Marina deverá ter o maior porcentual de votos.
Os próximos eventos da candidata ocorrerão nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte e Recife. Para Sirkis, o período entre os lançamentos das candidaturas e o início do horário eleitoral gratuito na televisão é o momento para fazer o nome da senadora decolar. "É um janelão de oportunidade, um período de equidade entre as candidaturas. A coisa complica com o início da campanha da tevê, pois temos muito menos tempo que nossos adversários."
Sirkis acredita que, nas periferias, a candidata tem potencial explosivo de crescimento. "Ali, há um número elevado de eleitores que estão fora da política. Essas pessoas se apaixonam pela Marina. As mulheres pobres se identificam com sua história."
Gabeira também aposta na periferia. Depois de perder a eleição para prefeito da capital, em 2008, com votação concentrada na classe média da zona sul, ele quer reforçar sua presença junto aos mais pobres na disputa pelo Palácio Guanabara.
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