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Para quem havia declarado na tevê não estar nem aí com as CPIs, Lula ralou um bocado ontem. Ao chamar Renan Calheiros e Delcídio Amaral para conversar, o objetivo do presidente era um só: evitar a prorrogação da comissão dos Correios. Renan, o prestativo – Tratado a pão-de-ló pelo Planalto em recentes liberações de recursos, o presidente do Senado correspondeu prontamente à expectativa, cancelando a sessão matinal do Congresso. Delcídio, a esfinge – Já o comportamento do presidente da CPI foi descrito como "pendular". Começou o dia dando sinais de colaboração e terminou ao lado do relator Osmar Serraglio (PMDB-PR), endossando a afirmação de que o dinheiro do Banco do Brasil abasteceu o valerioduto. Aldo, o multiuso – E o presidente da Câmara, com quem Lula pode contar para toda obra, esticou ao máximo a sessão extraordinária da manhã, inviabilizando a leitura do requerimento de prorrogação da CPI dos Correios. Pela raiz – Do líder do PFL no Senado, José Agripino, sobre a ação do governo: "Lula trabalha para enterrar a CPI que está mais perto de resultados concretos. É o rato mostrando a ponta do rabo". Falha de comunicação – No acordo que fizeram com o PT para cancelar o depoimento de Soraya Garcia, ex-caixa de campanha petista em Londrina, os tucanos esqueceram de avisar a ala paranaense do partido, que saiu denunciando o abafa. Tempo quente – Ideli Salvatti (PT-SC) quase colocou fogo na "batcaverna" da CPI dos Correios ao tentar demover Osmar Serraglio de dar nova entrevista coletiva sobre o caso Visanet. As reações beiraram a agressão física, e a senadora acabou por desistir da missão. Abafador-geral – A guerra entre as CPIs dos Correios e do Mensalão foi declarada oficialmente ontem. A primeira acusa o relator da segunda, Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), de ter se convertido em advogado de defesa do conterrâneo Marcos Valério.

Rito sumário – Em 1999, quando o ministro Clóvis Carvalho (Desenvolvimento) achou por bem desqualificar em público a política econômica de Pedro Malan (Fazenda), caiu em menos de 24 horas. Casa da sogra – Não havia ontem o menor sinal de que o mesmo vá acontecer com Dilma Rousseff (Casa Civil), que declarou "rudimentar" o plano de ajuste fiscal de Paulo Bernardo (Planejamento), atingindo por tabela Antônio Palocci (Fazenda). Não rolou nem nota de desculpas. Ataque especulativo – Um parlamentar da oposição resume o significado do assanhamento da chefe da Casa Civil em meio ao cerco investigativo sobre o ministro da Fazenda: "A Dilma empurrou o Palocci para a beira do abismo". Lado B – Se perceber que não avançará no caso Cuba, a oposição ao governo na CPI dos Bingos vai utilizar o depoimento de Vladimir Poleto, hoje, para espetar nervos expostos das duas administrações de Palocci em Ribeirão Preto. Tucanos e pefelistas receberam ontem dossiês sobre elas. Veto do alto – Veio do Planalto a ordem para que Alfredo Nascimento (Transportes) recuasse da suspensão da dívida de R$ 120 mi da empresa Libra com o porto de Santos. A medida era combatida pelo PT, em guerra com o PL do ministro para controlar a Codesp, gerenciadora do porto.

TIROTEIO

* Do deputado Carlos Abicalil (PT-MT), integrante da CPI dos Correios, criticando a oposição e o relator Osmar Serraglio (PMDB- PR), que ontem acusaram o empresário Marcos Valério de fornecer notas frias:

– O desejo de aparecer é tão grande que logo teremos de mudar o nome para "Coletiva Parlamentar de Inquérito".

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