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Rafael Greca, o atual prefeito de Curitiba, discursa na Câmara durante sua posse | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Rafael Greca, o atual prefeito de Curitiba, discursa na Câmara durante sua posse| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Nos últimos 24 anos, o anseio coletivo dos curitibanos se refletiu nos discursos dos prefeitos eleitos assim que eles tomaram posse da gestão municipal – pelo menos na maioria das vezes. A Gazeta do Povo pesquisou frases ditas pelos políticos que começavam seus mandatos desde 1993 para verificar similaridades.

Em geral, o início do trabalho na prefeitura é como a “prorrogação” do jogo feito na campanha eleitoral, com promessas otimistas e confiança redobrada de que todos os problemas da capital serão resolvidos de uma só vez, como num passe de mágica.

O único que não prometeu ou criou expectativas sobre sua própria gestão nesse período foi o ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT). Em 2013, ele preferiu tratar sobre a realidade do caixa da prefeitura e ressaltar a falta de pagamentos a empresas, legado da gestão do então prefeito Luciano Ducci (PSB).

Coincidentemente, Fruet também deixou para o atual prefeito Rafael Greca (PMN) serviços, como a coleta de lixo vegetal, suspensos por falta de pagamento. Em seu primeiro mandato, em 1993, Greca assumiu o cargo com um discurso de continuidade das inovações implantadas pelo antecessor Jaime Lerner nas áreas do transporte coletivo e trânsito.

“Nosso sistema de transporte consolidará ainda mais sua posição invejável com tubos de embarque, os ligeirões e os ligeirinhos, tornando o direito de ir e vir mais amplo”, afirmou na época.

Prefeito por duas gestões, Cássio Taniguchi (PFL, atual DEM) demonstrou desejo de investir em pavimentação e de atuar na área social, com geração de emprego e combate à violência. Já o sucessor Beto Richa (PSDB) aproveitou o assunto “quente” da época: os radares de trânsito, prometendo acabar com o que chamou de “arapucas”.

Para o cientista político da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Bruno Bolognesi, com exceção de Fruet, que não fazia parte do mesmo grupo político, todos os outros mantiveram linhas de pensamento semelhantes, cada um com seu estilo. “Todos falaram sobre o que afeta o dia a dia das pessoas. O que eles melhor fazem é olhar aquilo que importa para o eleitor, como o transporte, que era a maior bandeira da cidade”, analisou.

Outra característica dos discursos iniciais de governo é o efeito “lua de mel”. “Talvez por isso pode-se considerar que Fruet começou errado ou menos ortodoxo. Como diz uma colega minha, político que não promete não ganha. Por isso, os prefeitos precisam criar uma expectativa e esperança no início, como uma lua de mel”, explica Bolognesi.

Confira os discursos dos prefeitos ao assumir nos últimos 24 anos

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Arquivo Gazeta do Povo

Rafael Greca – 1ª gestão (1993)

Transporte

“É com as tintas de esperança que vamos construir o futuro de Curitiba. A cidade será um espelho capaz de revelar-nos nosso próprio rosto. Nosso sistema de transporte consolidará ainda mais sua posição invejável com tubos de embarque, os ligeirões e os ligeirinhos, tornando o direito de ir e vir mais amplo.”

Sobre área social

“Seremos mais solidários com os mais pobres.”

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Liudi Hara/Gazeta do Povo/Arquivo

Cássio Taniguchi – 1ª gestão (1997)

Pavimentação: meta número 1

“A nossa primeira ação será iniciar a implantação das propostas de trabalho com prioridade para a pavimentação por meio do plano comunitário. A meta é fazer mil quilômetros de antipó nos próximos quatro anos”

Segurança

“O problema da falta de segurança está ligada diretamente ao problema do desemprego. Então, nós vamos procurar criar novas oportunidades de trabalho.”

Cássio Taniguchi – 2ª gestão (2001)

“Reduzir problemas sociais e a sensação de insegurança da população serão as prioridades do prefeito reeleito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), no início de seu segundo mandato.” (Entrevista à Folha de S.Paulo).

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Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo/Arquivo

Beto Richa - 1ª gestão (2005)

Radares e a tarifa

“Vamos começar já a sinalizar todos os radares de fiscalização de velocidade no transito. Vamos iniciar já estudos para reduzir o valor da tarifa do transporte coletivo.”

“Vamos acabar com as arapucas estabelecendo uma política trânsito preventiva, educativa e não punitiva e arrecadatória .”

Beto Richa - 2ª gestão (2009)

Gastos

“O contingenciamento de gastos deve ser feito. Vamos trabalhar para não diminuir os investimentos em obras da cidade.”

Licitação do transporte público

“É preciso lembrar que houve uma demora de mais de um ano para aprovação da nova lei do transporte na Câmara. Como nunca na história de Curitiba se teve uma licitação de transporte coletivo, não vejo problemas com a demora que houve.”

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Albari Rosa/Gazeta do Povo/Arquivo

Luciano Ducci (2010)

Obras

“Durante essa gestão foram feitas mais de 7 mil obras que melhoraram a infraestrutura da cidade. Vamos manter esse canteiro de obras. Temos um grande trabalho a executar.”

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Albari Rosa /Gazeta do Povo/Arquivo

Gustavo Fruet (2013)

Crise de caixa

“O primeiro ano será difícil. Em 100 dias poderemos dizer como estava à prefeitura e quando assumimos e como estará. Faremos um pente fino em contratos, dívidas, pessoal, capacidade e endividamento.”

Mais problema de recursos

“Tem empresas que não recebem da prefeitura há dez meses. Há ameaça de interrupção nos serviços, mas não vamos permitir que isso aconteça.”

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Henry Milleo/Gazeta do Povo

Rafael Greca - 2ª gestão (2017)

“Vamos fazer os ônibus de Araucária voltarem para dentro do terminal da CIC. O comércio faliu ali, quando a desintegração aconteceu.”

Sobre saúde

“Vem dinheiro para remédios, vem dinheiro para leitos, vem sustentabilidade para as UPAs [Unidades de Pronto-Atendimento], dentro de uma boa engenharia de saúde efetiva.”

Colaborou: Cecília Tümler

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