A discussão sobre a instalação da CPI do Pedágio na Assembleia Legislativa terminou em bate-boca na sessão plenária de ontem. Em um longo pronunciamento, o deputado Cleiton Kielse (PMDB) acusou a presidência da Casa e a liderança do governo de manobrarem para evitar a instalação da CPI.
Kielse tenta, desde o ano passado, instalar uma comissão para investigar as concessionárias, que, segundo ele, teriam lucro "exorbitante" e não dariam a contrapartida necessária na conservação das pistas. O deputado chegou a obter as assinaturas necessárias para a instalação da comissão no ano passado. No entanto, à época, cinco comissões, o número máximo de CPIs permitidas pelo regimento interno, já estavam em funcionamento.
Ontem, Kielse subiu à tribuna e afirmou que a Mesa Diretora da Assembleia age de "forma criminosa" para evitar que se instale a comissão. Na sequência do pronunciamento, o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), subiu à bancada para rebater o deputado. Disse que Kielse o acusava porque teve interesses contrariados no processo de "modernização e transparência" que o tucano teria iniciado na presidência do Legislativo.
Segundo Rossoni, a mulher de Kielse usou a presidência da associação de esposas dos deputados para receber aluguéis de imóveis que pertenciam à Assembleia Legislativa. De sua cadeira, Kielse chamava Rossoni de "mentiroso e vagabundo".
Mais tarde, Kielse disse retirar as agressões que fez contra o presidente, mas afirmou que a atuação da Mesa gera "insegurança" nos demais deputados. "Desencadeia uma insegurança para os demais deputados que estão vinculados ao governo do estado. Nós queremos essa investigação. Queremos que essa transparência, que tanto falam aqui nessa Casa, seja real. Eu falo que essa transparência é um grande engodo."
O deputado também saiu em defesa de sua mulher. "Ela fez um grande trabalho assistencial ajudando várias instituições e hospitais. A mulher dele [Rossoni] acabou com isso."
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