Na avaliação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), os que acreditam que a discussão sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi enterrada estão errados em sua avaliação. “Acho que o impeachment não enfraqueceu, mudou a data. O que poderia ter sido feito esse ano vai ser feito depois da Páscoa, em razão do rito que foi estabelecido pelo STF [Supremo Tribunal Federal] e em razão da crise do presidente da Câmara [Eduardo Cunha, do PMDB]”, disse.
Alckmin falou sobre o assunto em entrevista ao programa “Canal Livre”, exibido pela Band na madrugada desta segunda-feira (23). Em uma fala mais direta que a habitual, Alckmin chegou a comparar o cenário atual ao que precedeu a queda do ex-presidente Fernando Collor de Mello, no início da década de 1990. “O Collor ninguém acreditava que podia ter [impeachment]. Eu vi. Em 30 dias, mudou tudo”, afirmou. Para Alckmin, a partir do momento que um processo de afastamento é deflagrado, seu desfecho é imprevisível.
O governador disse ainda que “pessoalmente tem uma impressão de seriedade” da presidente Dilma, mas que o impeachment não se trata disso. “Quando se fala de crime de responsabilidade, não é que a pessoa botou no bolso. Pode aparecer, uai.”
Alckmin citou como exemplo a condenação do Tribunal de Contas da União (TCU) das contas apresentadas pelo governo no ano de 2014, ato considerado o principal flanco dos que pregam que a petista infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O governador avaliou ainda que, seja pela via do impeachment ou pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o financiamento da campanha da presidente em 2014, é importante que o país encerre esses questionamentos sobre a presidente. “O Brasil não aguenta mais um ano parado”, afirmou.
Michel Temer
Alckmin disse ainda que, na hipótese de afastamento da presidente, o PSDB não precisaria participar de um eventual governo Michel Temer para colaborar com a recuperação do país. “É preciso separar o interesse partidário do interesse nacional. Uma coisa é votar corretamente, e não precisa participar de governo para isso”, avaliou.
O tucano defendeu ainda o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. “Acho que tem que se afastar. Não se afastando, cabe ao Conselho de Ética decidir. Os trâmites estão acontecendo”, disse.
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