A disputa pela presidência da Câmara Federal fragmentou a base aliada. De um lado, três deputados de partidos governistas oficializaram suas candidaturas, com o objetivo comum de enfrentar o favorito, Michel Temer (PMDB-SP), e levar a disputa para o segundo turno. Ao mesmo tempo, o peemedebista, também aliado do presidente Lula, procurou dar uma demonstração de força ao receber o apoio simultâneo de três partidos de oposição, o PSDB, o DEM e o PPS. Temer já tem o apoio do PT e de outros partidos menores, como PTB e PV. A eleição será no dia 2 de fevereiro e escolherá o deputado que comandará a Câmara pelos próximos dois anos.
Uniram-se contra Temer, embora com candidaturas separadas, os deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ex-presidente da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) e Milton Monti (PR-SP), candidato avulso, que não tem apoio formal de seu partido.
"Em qualquer dessas três candidaturas, os compromissos de democracia da Casa e de soberania dos parlamentares vão estar representados", declarou Aldo, lançado como candidato do Bloco de Esquerda, formado pelo PC do B, PSB, PDT, PMN e PRB, que têm juntos 76 deputados. O PP de Ciro Nogueira tem 41 parlamentares e o PR de Monti, embora não esteja fechado com o candidato, tem 43 deputados. As bancadas somam, portanto, 160 dos 513 deputados. Aldo, Ciro e Monti fizeram um acordo de, em caso de segundo turno, apoiar o candidato que enfrentar o peemedebista.
Osmar Serraglio (PMDB-PR) também anunciou sua candidatura e diz não temer enfrentar o presidente do partido na disputa. No entanto, ele não deve contar nem com o apoio de seus colegas. Parte da bancada paranaense vai promover um evento suprapartidário de apoio a Temer, em janeiro, no Paraná.
Senado
Escolhido candidato do PMDB à presidência do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse ontem estar otimista para vencer a corrida pelo comando da Casa. Garibaldi diz não acreditar na impugnação da sua eleição caso saia vitorioso na disputa, uma vez que possui dois pareceres jurídicos que viabilizam sua participação.
"É uma candidatura plenamente sustentada, os pareceres estão aí feitos por juristas como Manoel Siqueira Filho, Francisco Rezek. Ainda recebi a manifestação do constitucionalista Luiz Barroso.
O PT ameaça ingressar com recurso no Supremo Tribunal Federal contra a candidatura de Garibaldi uma vez que o regimento da Casa não permite a reeleição do presidente na mesma legislatura. Os pareceres, porém, afirmam que Garibaldi apenas cumpriu um "mandato-tampão" uma vez que assumiu o cargo depois do afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) em 2007.
O PT lançou o senador Tião Viana (PT-AC) na disputa e esperava o apoio do PMDB, como ocorreu na Câmara.
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