O secretário do diretório municipal do PSDB, Édson Feltrin, que está enfrentando processo de expulsão dentro do próprio partido, protocolou ontem um pedido para que o Ministério Público Estadual (MP) investigue a denúncia apresentada pelo colunista Celso Nascimento, no domingo, contra a prefeitura de Curitiba. Segundo Nascimento, a prefeitura prorrogou, sem licitação, em janeiro deste ano o contrato com as empresas Laine Manutenção de Áreas Verdes Ltda, que tem como sócios parentes do vereador e presidente da Câmara Municipal, João Cláudio Derosso (PSDB), e com a Viaplan Engenharia, que doou R$ 90 mil para a campanha do tucano Beto Richa.
As duas empresas fazem a coleta e o transporte de resíduos vegetais e entulhos da cidade desde 2003. O contrato deveria ter terminado em 2006, mas desde então tem sido prorrogado. Em novembro de 2007 foi realizado um novo processo licitatório, vencido pelas empresas Paviservice e Catedral. No entanto, segundo a prefeitura, o processo está sub judice e por isso foi feito um novo contrato aditivo em janeiro, com a Laine e a Viaplan. As duas empresas receberam ao longo desses seis anos cerca de R$ 40 milhões pela prestação dos serviços.
A assessoria de imprensa do MP informou que o pedido de investigação está sendo avaliado pela Procuradoria-Geral de Justiça e depois pode ser encaminho à Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público para ser apurada.
O vereador Pedro Paulo (PT), da bancada de oposição na Câmara, afirmou que o grupo ainda não decidiu qual estratégia adotará em relação à denúncia. "Mas acreditamos que esse fato mostra a necessidade da instalação da CPI das Licitações. Acho que seria até interessante para a prefeitura. Porque enquanto não for tudo apurado, as licitações estarão sempre em questão", disse. A bancada de oposição na Câmara tenta conseguir as 13 assinaturas necessárias para a abertura da CPI, mas sofre resistência dentro da Casa.
O vereador Derosso, que tem parentes próximos como donos de uma das empresas que tiveram o contrato renovado sem licitação, também se mostrou interessado que o caso seja investigado. "Cabe agora ao Ministério Público averiguar a legalidade ou não do que está ocorrendo e mostrar qual o crime eu cometi por esses contratos envolverem parentes meus", afirmou.
Feltrin, que apresentou o pedido de investigação no MP, vive desde janeiro um conflito com Derosso. Ele foi contrário à reeleição, pela sexta vez de Derosso, à presidência da Câmara. E pediu para que Derosso se afastasse da presidência do diretório municipal do partido. (CO)
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