A saída do grupo dissidente do PSB de Curitiba deixou dirigentes de outros partidos animados. Desde o anúncio da saída de vereadores, secretários municipais e do vice-prefeito, Luciano Ducci, partidos como o PSDB, PDT e PFL começaram a cortejar as lideranças. Além dos cargos e mandatos, está o peso de 70 mil votos conquistados pelos candidatos a vereador nas eleições municipais do ano passado. O suficiente para eleger ao menos um deputado estadual.

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A decisão de pedir desfiliação foi tomada na terça-feira, em um processo que começou no início de agosto, quando o grupo anunciou descontentamento com a composição do diretório regional, apresentada no congresso estadual do PSB. Eles reivindicavam participação maior no diretório e deram prazo, até 12 de agosto, para que o diretório nacional se posicionasse. Como até o último fim de semana não tinham chegado a um acordo, decidiram pela saída.

A composição no diretório regional é importante para a definição de alianças para as eleições do próximo ano. O atual presidente regional, Severino Araújo, não concordava com alianças defendidas pelo grupo curitibano, que quer apoiar a candidatura de Osmar Dias (PDT) para o governo do estado.

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Já na terça-feira os dissidentes receberam convite do diretório municipal do PFL, que prometeu "tapete vermelho" para quem aderisse à legenda. Ontem foi a vez do PSDB. O convite oficial foi feito pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, junto com Valdir Rossoni e Euclides Scalco.

O primeiro a anunciar filiação a nova legenda foi o vereador Mário Celso Cunha. Líder do prefeito na Câmara, ele passa para o PSDB de Beto Richa. "Tenho uma relação muito boa com Richa e uma parceria com o presidente da Câmara, Derosso, o que ajudou na decisão", disse. Ele assina ficha de filiação na segunda-feira, na Câmara Municipal.

De acordo com Michele Caputo, que até a decisão era presidente do diretório municipal do PSB, a migração dos dissidentes no PFL está descartada. "Agradecemos o convite, mas não é nosso perfil. Somos socialistas e vamos procurar um partido mais de centro-esquerda", diz. Ele acredita que a grande maioria deve ficar entre PSDB e PDT e que a intenção é manter o grupo político unido.

Até a tarde de ontem, cem militantes do PSB haviam assinado carta de desfiliação, mas Michele diz que deve passar de 500, já que grupo de mulheres e de jovens do partido já estão se organizando para tomar uma decisão da permanência, ou não. Apesar da decisão, Michele lamenta o desfecho. "Construímos uma força política em Curitiba e tínhamos a ambição de fortalecer o partido em todo o estado", diz.