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De que forma o poder financeiro dos candidatos pode infuenciar na campanha e na administração do município?
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Não há nada que não possa ser conquistado com a ajuda e a boa vontade dos amigos. Em Antonina, no litoral, o PSC conquistou a prefeitura com João Ubirajara Lopes, o João Domero, prefeito eleito no Paraná com o menor valor de bens declarados. Seu único bem declarado à Justiça Eleitoral foi uma caderneta de poupança no valor de R$ 1.600. "Tive alguns problemas de inadimplência com os bancos e não pude financiar mais nada", explica o novo prefeito, admitindo ter um carro Escort 98 financiado no nome de um amigo e um pequeno terreno, em nome de seu filho.
Sem coligações e com ensino superior incompleto, João Domero, administrador da Apae de Antonina desde 2004, conseguiu desbancar três outros candidatos que tinham apoio de outros partidos. Ele foi eleito com 41,12% dos votos válidos. "Não tive apoio nem do meu próprio partido, que estava focando tudo o que tinha no Ratinho Júnior. Nem a visita dele consegui. Quem veio foi só o [deputado estadual Leonaldo] Paranhos, que me ajudou com material gráfico", conta. Ex-secretário de Turismo no mandato da ex-prefeita Mônica Peluso, com quem concorreu neste pleito, Domero acrescenta que o restante de sua campanha foi bancada por amigos. Eles lhe emprestaram carros de som e doaram outros recursos, totalizando a quantia de R$ 2.350. "O povo votou porque ninguém aguenta mais politicagem. Agora é só trabalhar e fazer algo pelo município", diz.
Contraste
Os R$ 1.600 declarados de João Domero formam um contraste e tanto com o montante informado pelo candidato à prefeitura de Ivaiporã, Carlos Gil (PMDB). Seus mais de R$ 20 milhões distribuídos entre terrenos e participações nas empresas da família o colocam como o prefeito mais rico do Paraná.
Investimento
Gil investiu pesado na campanha. Perto de R$ 450 mil foram necessários para vencer uma disputa apertada com o segundo colocado, Professor Cyro (PT). Apenas 69 votos a mais beneficiaram o peemedebista na cidade de pouco menos de 32 mil habitantes. "Sem dizer meu nome, eles me chamavam de o milionário, o ricaço nas campanhas. Mas meus dois adversários são meus vizinhos aqui no bairro, então não moram mal também", brinca.
Concorrendo ao Executivo pela primeira vez, o empresário formado em Direito e com especialização na área administrativa diz que o ingresso na vida pública era um próximo passo lógico em sua carreira meteórica. Segundo ele, foi sua trajetória a única responsável pelo rápido enriquecimento da família, dona de postos de gasolina, hotel e uma rede de lojas de materiais de construção. "Comecei a trabalhar aos 16 anos e já havia sido convidado para concorrer antes, mas não podia deixar os negócios. Agora, senti que a vida empresarial estava cumprida e resolvi usar a experiência para melhorar a cidade onde moro há 50 anos", declara.
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