Simbolismo: Fruet se reúne com servidores do Ippuc após participar de reunião do secretariado. Nas mãos, segura uma foto de um encontro semelhante que seu pai, o ex-prefeito Maurício Fruet, realizou com funcionários do órgão nos anos 80| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

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A situação da prefeitura está tão ruim como alega Fruet? Ou quem está com a razão é Ducci?

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Gestão

Prefeito vai instituir monitoramento de dados das secretarias

Durante a reunião do secretariado realizada ontem no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), o prefeito Gustavo Fruet anunciou que pretende constituir um grupo de gestão, ligado diretamente ao seu gabinete, a fim de ser municiado com informações atualizadas de cada setor. De acordo com ele, esse grupo vai apresentar continuamente dados detalhados de cada secretaria. "Na saúde, por exemplo, vamos saber como está funcionando cada unidade de saúde, qual o tempo de atendimento e o volume de pessoas atendidas. E assim será com todas as secretarias", explicou Fruet.

No tocante ao secretariado, o prefeito ainda não deu uma previsão de quando irá completar sua equipe de governo. Há cinco secretarias pendentes de nomeação dos respectivos titulares: Defesa Social e Antidrogas, Comunicação Social, Turismo, Copa do Mundo e Relações Institucionais. "Mas todas têm um responsável técnico e funcionários, que estão avaliando a situação e trabalhando", frisou.

O prefeito de Curitiba, Gus­­tavo Fruet (PDT), alertou ontem que as dívidas que herdou da administração anterior já abrem a possibilidade de levar à paralisação de serviços. Levantamento realizado pela nova equipe de governo aponta que a gestão anterior deixou R$ 330 milhões em restos a pagar – compromissos financeiros de 2012 que terão de ser honrados em 2013. Segundo o levantamento, 70% dos restos a pagar não foram nem sequer empenhados – ou seja, não receberam sinalização contábil de que a dívida será paga. De acordo com o prefeito, apesar da dificuldade em lidar com o impasse, há a garantia de que todos os serviços essenciais serão mantidos.

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Os números da dívida herdada pela nova gestão foram divulgados na manhã de ontem, após a primeira reunião de Fruet com seu secretariado. A reunião foi realizada no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a fim de simbolizar a valorização do órgão.

Contratações

De acordo com o prefeito, dos R$ 330 milhões levantados por sua equipe, R$ 230 milhões são de restos a pagar não empenhados no orçamento para 2013. "Tem empresas que não recebem da prefeitura há dez meses. Há ameaça de interrupção nos serviços, mas não vamos permitir que isso aconteça", assegurou, cogitando a possibilidade de contratações emergenciais. As pendências envolvem setores como limpeza pública e alimentação.

Diante dessa situação, caberá ao Comitê de Transparência e Responsabilidade Financeira – instituído na quarta-feira – reavaliar todos os convênios e contratos firmados com a administração municipal. "Vamos priorizar aquilo que seja mais necessário. A intenção é que não haja mais atrasos nos pagamentos", informou a secretária municipal de Finanças, Eleonora Fruet. No entanto, caso sejam detectadas irregularidades em contratos, os pagamentos não serão efetuados. A previsão é ter um diagnóstico completo da situação financeira do município no prazo de 100 dias.

Outro lado

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O ex-prefeito Luciano Duc­­ci (PSB) respondeu por meio de nota às declarações de Fruet. Ele diz ter entregue a prefeitura com R$ 265 milhões em caixa e que os relatórios de fechamento do exercício de 2012 encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado (TC) apontam situação financeira "saudável". "Além disso, o valor dos compromissos a pagar, de aproximadamente R$ 300 milhões, corresponde a apenas 15 dias de arrecadação da prefeitura no mês de janeiro e poderão ser quitados pelo novo prefeito sem comprometer a capacidade de novos investimentos da administração", afirma o ex-prefeito.

Ducci observa ainda que os restos a pagar são normais entre um exercício e outro. Ele aproveitou para alfinetar a nova secretária de Finanças, Eleonora Fruet. "Ela foi secretária municipal de Educação durante seis anos – oito meses no meu mandato e o restante no governo Beto Richa. Em dezembro de 2010, quando deixou o cargo, Eleonora Fruet deixou R$ 50 milhões de restos a pagar referentes a despesas de sua pasta para o ano seguinte. O pagamento foi feito em 2011." A prefeitura não se pronunciou sobre as declaracões de Ducci.