• Carregando...
Caíto Quintana, líder do PMDB na Assembleia Legislativa do Paraná | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Caíto Quintana, líder do PMDB na Assembleia Legislativa do Paraná| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Facções

Peemedebistas seguem divididos em três grupos

Após a convenção estadual, realizada no fim do ano passado, o PMDB segue dividido em três facções. Na ocasião, três grupos de filiados se formaram: um deles em torno da maioria dos deputados estaduais, o outro ao redor do ex-governador Orlando Pessuti e o terceiro capitaneado pelo senador Roberto Requião. Os dois primeiros se aliaram para levar o deputado federal Osmar Serraglio, um nome considerado neutro, à presidência do partido. Entretanto, os interesses e opiniões continuam bastante distintos.

O grupo dos deputados é o mais próximo do governador Beto Richa (PSDB). Com espaço no comando do PMDB, o grupo ganhou cacife para ampliar sua participação no governo do estado. Entretanto, divergem internamente sobre essa participação. Já o grupo de Pessuti negocia paralelamente seu próprio espaço. Há um porém: o grupo é fortemente ligado ao governo federal e tem, até o momento, boas relações com o PT, que almeja derrotar Richa em 2014. Essa contradição pode vir a se tornar um obstáculo político.

Já o grupo de Requião, derrotado na convenção, ainda mantém cerca de 40% do diretório – o que pode ser decisivo na definição do papel da legenda nas eleições de 2014. O grupo se opõe ao governo Richa e, apesar de ter boas relações com o governo federal e com setores do PT, também tem rusgas com os ministros petistas Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Esse grupo trabalha contra a aliança com Richa e a favor de uma candidatura própria.

Os deputados estaduais do PMDB devem se reunir hoje para afinar o discurso para as negociações sobre o secretariado do governo do estado. Segundo fontes do partido, os peemedebistas estariam negociando com o governador Beto Richa (PSDB) de forma individual, o que causou desencontros entre os diversos deputados da legenda. A ideia, agora, é definir uma estratégia comum. O PMDB pode conseguir a presidência da Sanepar e mais uma secretaria (especula-se que seja a pasta do Meio Ambiente ou a do Planejamento).

Segundo o líder do partido na Assembleia, Caíto Quintana, essas negociações individuais estão atrapalhando as conversações do partido. "Já nem sei mais o que está sendo negociado. Tem muita gente falando pelo PMDB sem falar com o PMDB", reclama. Para o deputado, o partido precisa definir o que quer antes de conversar com o governador. A próxima reunião entre o partido e o governo está marcada para amanhã.

Especula-se, nos bastidores, que a maior possibilidade é que os peemedebistas fiquem com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), além de manter a Secretaria do Trabalho. O titular da Sema seria o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida – o que abriria, também, uma vaga na Assembleia para Luiz Carlos Martins, do PSD, partido aliado de Richa.

Cheida diz ter sido sondado na semana passada por deputados do partido. Ele afirma, entretanto, que só aceitaria um convite com uma condição: não haver o loteamento dos cargos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). "A gente deve sempre lembrar que o IAP é o órgão executor da secretaria. Sem o controle do IAP, não adianta assumir a Sema", afirma. Cheida já foi secretário do Meio Ambiente entre 2003 e 2006, no governo de Roberto Requião.

Outra possibilidade seria a Secretaria do Planejamento. O titular poderia ser Luiz Cláudio Romanelli, hoje secretário do Trabalho. Ele nega ter sido convidado e diz que deve ficar na pasta atual. Entretanto, essas não são as únicas opções. Há a possibilidade de nenhuma secretaria nova ser cedida ao partido, que ganharia espaço na indicação de conselheiros em núcleos regionais no interior do estado.

A presidência da Sanepar não deve ser discutida na reunião de amanhã. Cotado para assumir a empresa, o ex-governador Orlando Pessuti pediu mais tempo para discutir a questão com seu grupo político. Na semana passada, o atual presidente da Sanepar, Fernando Ghignone, foi anunciado como novo presidente da Copel – abrindo espaço para o ex-governador.

Estado

As negociações devem estreitar as relações do PMDB com o governo do estado. Entretanto, para Caíto Quintana, isso não significa uma aliança para 2014. "Pode ser um primeiro passo, mas essa conversa não é suficiente para definir isso. Até porque ninguém tem autoridade para decidir isso pelo partido", afirma.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]