Com o PT avançando em popularidade nas pesquisas qualitativas de São Paulo, impulsionado pela ascendência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tucanos já discutem internamente a necessidade de fechar um acordo em torno do candidato à Presidência em 2014 o quanto antes. Prevendo prejuízo por conta de um eventual processo desgastante, como se observa na difícil escolha de um dos quatro pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, tucanos querem fechar, já em 2012, um consenso em torno do nome do presidenciável que disputará a sucessão de Dilma Rousseff.
Aos refratários à ideia, principalmente os três possíveis cabeças de chapa - o ex-governador José Serra, o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin -, dirigentes estão argumentando que só com nome consolidado é que o PSDB terá força política para enfrentar um possível projeto de reeleição de Dilma. Ou até mesmo a volta de Lula à disputa presidencial, como se ventila nas fileiras internas do PT.
O sinal amarelo em ninho tucano ficou ainda mais reluzente com o resultado da última pesquisa Datafolha, em que aumentou a rejeição a Serra, ao mesmo tempo em que grande parte dos eleitores diz votar, para prefeito de São Paulo, no candidato apoiado por Lula. Nos últimos dias, o principal líder tucano, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, argumentou que o partido não pode continuar "apático". Ele defende a escolha de um candidato o mais rápido possível.
"O PSDB não pode ficar esperando o que vai acontecer, tem que agilizar. Não pode ficar preso a disputas internas", disse FH.
Dirigentes nas esferas regional e nacional do partido, pedindo anonimato, avaliam que o PSDB não vai conseguir tirar o PT do poder se, antes, não resolver "problemas de ego" que põem areia no que deveria ser um projeto comum do partido.
"Se o PSDB continuar patinando, com briga de ego, vamos perder novamente (a disputa à Presidência). E, aí, corre-se o risco de o PT se perpetuar no poder até nascer uma força política com mais foco e menos briga interna", disse um tucano com assento no diretório nacional.
Publicamente, o discurso é o de que não se deve antecipar a disputa à Presidência. "Cada agonia tem seu dia", costuma repetir José Serra sempre que confrontado com as especulações sobre se irá disputar essa ou aquela eleição.
O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, também acredita que não está na hora de trazer 2014 para a pauta atual. Sobre a pressão que o partido estaria recebendo para lançar um nome para a eleição presidencial já no ano que vem, Guerra desconversa. "O partido está se mobilizando para as eleições municipais, onde temos muita força e uma resposta grande do eleitorado. A sucessão de Dilma vai ser uma consequência do bom trabalho que o partido fará nos próximos dois anos", acredita.
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