O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e acusado de ser o comandante do cartel de construtoras envolvidas nos desvios de dinheiro da Petrobras, disse a procuradores da Operação Lava Jato que doou R$ 7,5 milhões, de forma legal, para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014, por ter medo de sofrer retaliações em seus negócios com a estatal. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo neste sábado (9).
Nos depoimentos, Pessoa ainda teria dito que fez doações de R$ 2,4 milhões, por meio de caixa dois, para a campanha de reeleição do ex-presidente Lula em 2006; e doações ilegais para a campanha eleitoral do atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
Segundo o jornal, Pessoa negocia desde janeiro um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato e as declarações indicariam o que ele estaria disposto a revelar caso o acerto seja fechado. A reportagem afirma que o conteúdo do que o empreiteiro contou ainda é vago e que, para fechar a delação, ele teria de apresentar provas.
Nos depoimentos, porém, Pessoa teria citado que a doação eleitoral para Dilma teria sido tratada diretamente com o então tesoureiro da campanha da petista, Edinho Silva, hoje ministro da Secretaria de Comunicação Social. Esse encontro teria sido agendado a pedido do ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto –atualmente preso sob suspeita de envolvimento com o escândalo da Lava Jato.
O empreiteiro estava preso em Curitiba desde novembro de 214, mas no mês passado, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu o benefício da prisão domiciliar.
Outro lado
A Folha de S.Paulo procurou o PT, que negou as acusações e informou que só recebe doações legais. Edinho Silva, por meio de sua assessoria, disse que sua posição sobre o caso é a mesma do partido. A Presidência da República e a assessoria de Lula informaram que eles não iriam comentar o assunto. O advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D’Urso, informou que seu cliente alega que só captou dinheiro de forma lícita para campanhas e que ele não participou do esquema de corrupção da Petrobras. Haddad disse que só recebeu doações legais.
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