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Dirceu teria pressionado pela aprovação, no Senado, dos irmãos envolvidos no esquema | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Dirceu teria pressionado pela aprovação, no Senado, dos irmãos envolvidos no esquema| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Dois condenados no julgamento do mensalão são citados na investigação do esquema de tráfico de influência e venda de pareceres técnicos de órgãos públicos a empresas privadas: o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR-SP).

O delator do esquema descoberto pela PF, o ex-auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil Borges disse aos investigadores que tinha ouvido o nome do ex-ministro em conversas com o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira, um dos envolvidos no esquema.

Já senadores ouvidos pela Agência Estado atribuem a Dirceu a articulação pela aprovação dos irmãos Paulo e Rubens Rodrigues Vieira para as diretorias da ANA e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Parlamentares contaram que a pressão para que aprovassem a indicação foi feita pelo próprio ex-ministro, no contato com líderes, e por servidores do governo falando em nome de Dirceu. Parte desses telefonemas foi feita por Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, investigada pela Polícia Federal. "A indicação é de José Dirceu. Vocês precisam aprovar", dizia Rosemary, segundo relatos de senadores.

Dirceu negou ontem, em seu blog, o envolvimento com o caso revelado pela Operação Porto Seguro. Ele disse que a citação a seu nome em escândalos de corrupção é uma "irresponsabilidade".

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou ontem que recebeu da Justiça Federal de São Paulo documentos sigilosos que envolvem o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) na investigação do esquema de venda de pareceres em órgãos públicos federais.

O presidente da Câmara, contudo, disse que só vai poder falar com "mais segurança" sobre o assunto depois que a área técnica da Casa analisar o material recebido. Segundo ele, constam conversas telefônicas que citariam o parlamentar. O presidente da Câmara acrescentou que a equipe técnica vai analisar o conteúdo das 30 ou 40 páginas do inquérito sigiloso. Ele não esclareceu se o deputado aparece conversando com integrantes do esquema ou se só é citado nas conversas grampeadas.

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