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Dois delatores da Lava Jato, o empresário Salim Schahin, do Grupo Schahin, e o ex-gerente da área internacional da Petrobras Eduardo Vaz Musa, prestam depoimento na tarde desta quarta-feira (13) ao juiz Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal de Curitiba. Os dois são réus no processo que investiga concessão, em 2004, de um empréstimo de R$ 12,1 milhões ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. O valor emprestado pelo Banco Schahin teria como destinatário real o PT. O vencimento era em 2005, mas o valor não foi pago. O empréstimo só foi quitado em 2009, fraudulentamente, depois que uma das empresas do Grupo Schahin fechou contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10000.

Três funcionários da Petrobras receberam propina para fechar o contrato com a Schahin. Além de Musa, os diretores da área internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada. O ex-gerente recebeu US$ 720 mil. Foi Musa quem citou o nome de Bumlai pela primeira vez, ao dizer que ouvira de Cerveró que o contrato serviria para quitar uma dívida de campanha do PT.

Bumlai responde por corrupção passiva e quitação fraudulenta de contrato. Para simular o pagamento do empréstimo, o Banco Schahin simulou ter recebido embriões de gado do pecuarista.

Metade do dinheiro do empréstimo foi destinada ao empresário Ronan Maria Pinto, do ABC paulista. A suspeita é que ele teria chantageado dirigentes do PT com informações relacionadas à morte do prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002. Ronan teve prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro.

O pecuarista admitiu ter retirado o empréstimo em seu nome e que o valor era destinado ao PT. Embora o empréstimo tenha sido negociado em 2004 com a participação de Delúbio Soares, então tesoureiro do partido, a quitação com o contrato da Petrobras teria sido acertada por João Vaccari Neto, tesoureiro do PT já condenado na Lava Jato.

Também são réus Fernando Soares, o Baiano; Fernando Schahin e Milton Schahin, do Grupo Schahin; e Maurício Bumlai, filho do pecuarista.

Nesta terça-feira (12) ocorreu a 28ª Fase da Lava Jato, que levou a prisão o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Ele foi vice-líder do governo no Senado e é acusado pelo Ministério Público Federal de ter recebido R$ 5,3 milhões em propina para evitar que dirigentes da OAS e da UTC fossem convocados a depor na CPI da Petrobras, em 2014.

Na manhã desta quarta-feira Argello foi submetido a exame de corpo de delito, obrigatório a todos os presos.

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