O procurador regional eleitoral do Paraná, Néviton Guedes, deve concluir na próxima semana o parecer apontando se houve ou não envolvimento do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), no suposto caixa dois na campanha de reeleição do tucano. A denúncia foi feita pela Gazeta do Povo, no dia 21 de junho, com base num vídeo em que dissidentes do PRTB apareciam recebendo dinheiro em espécie supostamente para pagar ações de apoio à candidatura de Richa. O procurador disse que já concluiu a investigação, que apura tão somente um possível envolvimento do prefeito, mas que ainda aguarda documentos da Polícia Federal para juntar no parecer. Ele não quis adiantar a conclusão sobre o caso. Se ficar comprovado participação de Richa, Guedes vai propor uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) . Se não houver indícios, o procurador pedirá o arquivamento e vai encaminhar a investigação para o Ministério Público apurar se existiu crime eleitoral, neste caso, sem o envolvimento do prefeito. O MP já iniciou uma verificação na prestação de contas de Richa, mas aguarda o parecer do procurador para seguir com a investigação.
Forças ocultas
O líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), disse estar "muito preocupado" com o que pode acontecer durante a segunda votação do projeto antifumo marcado para terça-feira. "Tenho medo que o mal vença na Assembleia Legislativa. Nunca vi ação tão bem articulada do lobby da indústria do tabaco. Estou denunciando a ação desses lobistas que estão tentando barrar a aprovação da lei", afirmou.
Esvaziou
A primeira votação do projeto, na quarta-feira, teve várias baixas, inclusive da base aliada e do próprio PMDB. Alguns deputados estavam no plenário durante toda a sessão, mas deixaram o local na hora da votação do projeto. Dos 54 deputados, 43 participaram da votação. Saíram do plenário Ademar Traiano (PSDB), Caíto Quintana (PMDB), Artagão Júnior (PMDB), dr. Batista (PMN), Mauro Moraes (PMDB), Teruo Kato (PMDB), e Valdir Rossoni (PSDB). Faltaram à sessão Osmar Bertoldi (DEM), Elton Welter (PT) e Fernando Scanavaca (PDT).
Fumódromos
Na terça-feira, os deputados deverão avaliar as 17 emendas apresentadas ao projeto. O mais polêmico deles trata da liberação dos fumódromos nos estabelecimentos. A proposta é defendida por empresários.
Ambiental
O ministro da Agricultura Reinhold Stephanes subiu o tom das críticas contra ambientalistas na última sexta-feira, durante a Bienal dos Negócios da Agricultura, em Cuiabá. "Eles (os ambientalistas) não sabem o que significa plantar arroz, soja e milho. Não têm noção e, se tivessem, não teriam cometido tantos erros na elaboração das leis."
Mudanças
Reinhold Stephanes defendeu mudanças na atual legislação ambiental brasileira, "construída ao longo das últimas décadas apenas por ambientalistas". Se as regras fossem integralmente cumpridas, disse Reinhold, 70% do território brasileiro seria inviabilizado para atividades econômicas.
Bloqueio 1
A juíza da 3.ª Vara Federal de Santa Maria (RS), Simone Barbisan Fortes, acolheu pedido de liminar do Ministério Público Federal (MPF) e determinou o bloqueio de bens do presidente do Tribunal de Contas do estado (TC), João Luiz Vargas, e de mais quatro pessoas. Todos são réus em ação de improbidade administrativa movida pelo MPF.
Bloqueio 2
Além de Vargas, a juíza deferiu o bloqueio de bens do deputado federal José Otávio Germano (PP-RS) e dos estaduais Luiz Fernando Zachia (PMDB) e Frederico Antunes (PP), além do ex-secretário-geral de Governo Delson Martini. Ao todo, a ação que resultou no bloqueio de bens envolve nove pessoas, entre elas a governadora do estado, Yeda Crusius (PSDB).
Todo mundo faz
Em entrevista ao programa Falando Francamente, exibido na sexta-feira pela TV Educativa, o governador Roberto Requião estendeu a crise que vive o Senado aos legislativos de todo o país. Segundo ele, a nomeação de parentes ocorre, também, na Câmara Federal e nas 27 Assembleias Legislativas brasileiras. "Esses cargos no Senado existem desde sempre. O nepotismo é comum na administração pública", afirmou.
Críticas
Mas se minimizou os escândalos do Senado, Requião não poupou críticas ao seu partido, o PMDB. Na mesma entrevista, o governador declarou que a legenda não se constituiu como partido após o fim da ditadura. "O PMDB é uma federação de partidos e divergências, que não se reúne mais. Virou um partido de negociatas com o governo e em busca de benesses para suas bases eleitorais."
Pinga-fogo
"De arauto da ética o presidente incorporou postura contemplativa em relação aos desmandos governamentais que ocorreram ao longo dos seus dois mandatos."
Do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), em artigo em que acusa o presidente Lula de ter abandonado a bandeira da ética, "empunhada pelo PT durante anos" , após chegar ao poder.