Sem novidades no cenário político, o dia foi bastante tranqüilo, bem diferente de outras sextas, quando havia temor em relação às notícias que poderiam circular pelas revistas no fim semana. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 1,28%. O risco-país, termômetro da instabilidade econômica de uma nação, perdeu quatro pontos, ficando em 406 pontos-base.
Depois de uma pequena recuperação, no pregão anterior, o dólar comercial voltou a fechar em queda nesta sexta-feira. A moeda americana encerrou o dia com redução de 1,35%, quase perto da mínima, a R$ 2,329 na compra R$ 2,331 na venda. Na menor cotação, atingiu R$ 2,330 na venda, com desvalorização de 1,39% sobre o fechamento de quinta-feira. O dólar também se desvalorizou em relação a outras moedas no mundo.
Houve boa repercussão no mercado financeiro do anúncio de que países da União Européia estão dispostos a repor o estoque de petróleo dos Estados Unidos. Depois que a UE comunicou que está disposta a ajudar, os preços do petróleo passaram a cair mais de US$ 2. Os contratos para entrega em outubro caíram US$ 1,90 em Nova York, para US$ 67,57 o barril. Em Londres, o contrato do tipo Brent fechou cotado a US$ 65,13 por barril.
No início da semana, o preço do barril do petróleo chegou perto de US$ 71 com a passagem do furacão Katrina pelo sul dos Estados Unidos. Várias plataformas foram fechadas e a produção acabou prejudicada, influenciando negativamente as bolsas de valores.
- Após vários finais de semana apreensivos com fatos novos preocupantes na cena política, parece que temos em perspectiva um momento de céu de brigadeiro. O mercado financeiro finaliza a semana em ambiente de calmaria e sem apreensões imediatas. Isso dá uma relaxada nas tensões, e o câmbio conduz o real a uma nova rodada de apreciação - afirmou Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da Corretora NGO.
JUROS - A queda da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, voltou a ser cogitada pelo mercado e os juros futuros fecharam o dia com redução na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro de 2005 terminou o dia em 19,61% ao ano, contra 19,63% no fechamento de quinta-feira.Para novembro deste ano, o contrato ficou em 19,51%, ante 19,53% no dia anterior. A taxa de janeiro de 2006, que estava em 19,18%, fechou em 19,12%. O DI ficou em 18,65% em abril de 2006 (18,73% no dia anterior) e o de janeiro de 2007, o mais líquido, terminou em 18% (18,15% na quinta-feira).
Nos últimos dois dias, as taxas subiram na BM&F, depois que integrantes do Banco Central, em uma reunião com analistas no Rio de Janeiro, mostraram-se mais conservadores do que a própria ata do Copom do mês de agosto. Uma reunião semelhante hoje em São Paulo parece ter dado uma outra impressão. A Selic foi mantida em agosto em 19,75%. No mercado financeiro, as apostas eram de redução de meio ponto percentual na taxa básica em setembro.
A inflação tem desacelerado. Segundo levantamento divulgado hoje, seis de sete capitais pesquisadas apresentaram queda na prévia de 31 de agosto do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). O Rio de Janeiro foi a única capital a apresentar aceleração, com o IPC-S variando de -0,31% para -0,29%, uma alta de 0,02 ponto percentual.
- O ambiente é totalmente sugestivo para que tenha início o processo de corte a partir deste mês. Se, porventura, isto não ocorrer haverá contestações de todos os setores da economia, desta feita sem muitos argumentos de defesa do conservadorismo - disse Nehme.
PARALELO - O dólar turismo em São Paulo fechou em queda de 0,75%, a R$ 2,550 na compra e R$ 2,630 na venda. No Rio, o black encerrou a sexta-feira com redução de 0,79%, a R$ 2,400 na compra e R$ 2,500 na venda. O dólar turismo em SP fechou valendo 0,40% menos, a R$ 2,330 na compra e R$ 2,490 na venda.
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