Presa por suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas investigado na Operação Lava Jato, a doleira Nelma Kodama ganhou fama e a simpatia de policiais federais por um ato heroico atrás das grades: salvar a vida de um carcereiro que sofreu um ataque cardíaco em plena Superintendência da Polícia Federal (PF) no Paraná, localizada em Curitiba.
Ao ver um agente da PF desmaiar na sua frente, Nelma fez massagem no tórax e respiração boca a boca. Em seguida, destrancou um médico preso na mesma carceragem para auxiliar a vítima. O relato foi feito à reportagem por três fontes da PF, que se dizem surpresas com a eficiência na assistência ao homem enfartado.
Em seguida, chegaram outros policiais, que levaram o colega a um hospital. O episódio teria ocorrido em 8 de abril, mesmo dia, coincidentemente, em que o doleiro Alberto Youssef passou mal. Ele também é suspeito de operar um esquema de lavagem que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
"A Nelma podia até tentar fugir, mas fez o que fez. Abriu a outra cela, tirou o médico de lá, trancou novamente os outros presos e salvou o cara. Merecia até uma redução de pena por isso", agradece uma fonte graduada da polícia.
Histórico
Nelma foi presa quando tentava embarcar para Milão no Aeroporto Internacional de Guarulhos com 200 mil euros guardados na calcinha. Para a PF, ela sabia das investigações e tentava fugir. Os advogados dela negam.
No mês passado, a Justiça Federal aceitou denúncia contra a doleira. Conforme a denúncia do Ministério Público Federal, ela enviava recursos ao exterior por meio de contratos de câmbio fraudulentos que simulavam importações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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