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São Paulo (AE/Folhapress) – O doleiro Antônio Oliveira Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, disse ontem, no depoimento que prestou aos integrantes da CPI dos Correios, "saber coisas" de operações financeiras ilegais que teriam sido realizadas pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos; pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; pelo deputado federal e ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu; pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares; e pelo deputado federal José Janene (PP-PR).

Dizendo-se disposto a colaborar em troca de proteção à sua integridade física, o doleiro foi categórico em depoimento a uma delegação da comissão: "Fiz algumas operações para políticos do PT entre 2002 e 2003". Sem especificar como, ele ameaçou provar ainda que Thomaz Bastos remeteu dinheiro para o exterior. Também sem apresentar documentos, prometeu detalhar operações ilegais de Meirelles no MTB Bank.

Segundo parlamentares, ele afirmou conhecer o doleiro com quem Thomaz Bastos opera, mas não informou se a remessa seria ilegal. Só disse que poderia apresentar documentos sobre essas operações: "A próprio declaração de Imposto de Renda pode mostrar se ele mandou ou não".

O depoimento ocorreu no prédio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo – os parlamentares viajaram à cidade.

Confrontado com o nome do ex-ministro José Dirceu, ele disse que, "no momento oportuno", tem como chegar às ligações dele com a (corretora) Bonus-Banval". Falou o mesmo do líder do PP, José Janene (PR).

A corretora é uma das principais beneficiárias de dinheiro saído das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. A ligação de Dirceu com a corretora teria ocorrido em 2002, possivelmente pouco antes de ocupar o ministério. Quanto ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, afirmou que, por trabalhar com mais de 80 funcionários, precisaria de tempo para levantar suas operações com a casa de Câmbio Barcelona Tour.

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