O doleiro Alberto Youssef, de camisa quadriculada, nos anos 90. Na época, ele foi preso por envolvimento na lavagem de dinheiro do caso Banestado| Foto: Arquivo/ Jornal de Londrina

A defesa do doleiro Alberto Youssef desistiu de pelo menos 11 recursos que tinham sido impetrados para anular atos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Dois processos corriam no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e os demais no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF). O doleiro negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e a PF desde o início desta semana. Ele já teria começado a prestar informações em troca da redução de pena para os crimes em que é acusado.

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A retirada dos recursos pode ser um indício de que o acordo está em fase avançada de negociações. Ao contrário do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que deve ser solto nos próximos dias depois de fechar o acordo de delação, o MPF acha "difícil" que Youssef possa ser liberado da prisão. Ele foi condenado a quatro anos de detenção por quebrar a primeira delação premiada que firmou, no caso Banestado, também sobre lavagem de dinheiro. Youssef desistiu, inclusive, do habeas corpus que pedia a anulação de todas as provas incluídas nas ações penais relacionadas à Lava Jato.

Os depoimentos que estariam sendo prestados por Youssef ainda terão de ser validados pela Justiça para que ele possa negociar a redução de pena em troca das informações sobre o funcionamento do esquema de corrupção investigado.

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Em 2003, o doleiro foi pre­­­so pela PF em consequência das investigações da CPI do Banestado. Ele foi acu­­sado de ser responsável por dezenas de contas fantasmas para enviar dinheiro de origem ilícita para fora do país. Como o acordo foi quebrado, a ação voltou a tramitar neste ano e ele foi condenado a quatro anos e quatro meses de prisão por corrupção ativa, em 17 de se­­tembro. Apontado como o chefe do esquema, o londri­­nense Youssef está preso em Curitiba desde março deste ano.