CPI da petrobras
STF só vai liberar acesso a depoimentos de Costa após o fim da investigação
Folhapress
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, responsável pela Operação Lava Jato na Corte, informou ontem aos integrantes da CPI Mista da Petrobras que as informações da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa só poderão ser compartilhadas com os parlamentares depois que o Ministério Público Federal (MPF) comprovar as denúncias e os dados forem incluídos na ação penal que correrá no Supremo. O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), e outros integrantes da comissão parlamentar haviam se reuniram com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, com o ministro Zavascki e com o procurador-geral da União, Rodrigo Janot, para pressionar por um compartilhamento das informações o mais breve possível.
O doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, está negociando um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Polícia Federal (PF) para esclarecer os fatos ligados às investigações sobre desvios em contratos de grandes empreiteiras com a Petrobras. O MPF e o advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, confirmaram a negociação. O acordo ainda depende do que Youssef teria em troca para colaborar com a investigação. O MPF tem interesse na delação premiada do doleiro, confirmam fontes ligadas ao órgão, mas Youssef quebrou uma primeira delação premiada, feita em 2004, no caso Banestado.
A colaboração de Youssef à Justiça poderá ser decisiva. Em acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa listou mais de 30 políticos envolvidos que teriam envolvimento com o esquema de corrupção na estatal. Seriam pelo menos 25 deputados federais, 6 senadores, 4 governadores e um ministro.
Youssef seria o responsável, segundo a investigação, por fazer o dinheiro desviado da Petrobras chegar às mãos dos envolvidos. Em um acordo de delação, ele poderia detalhar quais empresas e contas bancárias foram usadas e de que forma cada um dos envolvidos recebia parte do dinheiro.
Basto afirmou que é contra a delação premiada de seu cliente. "Ainda vou tentar demover meu cliente de fazer isso", afirmou o advogado, que promete deixar o caso se o acordo for firmado. "Não sei o conteúdo, não tenho a menor ideia do que ele pode falar e não quero ouvir nenhum depoimento", disse.
O advogado de Youssef no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Carlos de Almeida Castro,também confirmou a tentativa de acordo. "É uma pena, temos uma tese jurídica que era importante no STJ", disse Castro, que também prometeu deixar de defender o doleiro se a delação for confirmado. O advogado disse que o doleiro tomou a decisão por pressão familiar. Youssef está preso desde março, suspeito de ter remetido para fora do país US$ 444,7 milhões entre julho de 2011 e março de 2013. Ontem, Youssef negou envolvimento com transações financeiras vinculadas ao tráfico internacional de drogas.
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