O doleiro Alberto Youssef prestou o primeiro depoimento ao Ministério Público Federal na manhã desta quarta-feira (24) após acertar um acordo de delação premiada. A informação foi divulgada nessa quarta-feira pelo site do jornal Folha de S. Paulo e G1. O advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, garantiu, porém, que o acordo não foi fechado e que Youssef não prestou nenhum depoimento.
"Posso assegurar que não houve acordo. Alguém está querendo criar um fato", disse Basto. "Esse não é um processo comum, ele envolve inúmeros interesses. O tumulto nesse processo interessa a muita gente", disse. O advogado afirmou que, se houver acordo, deve ser firmado apenas na próxima semana. "Isso não é uma coisa que se decide de um dia para o outro", finalizou.
Segundo a Folhapress, agência de notícias do Grupo Folha, Youssef foi retirado de sua cela na custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR) e levado ao prédio onde está a força-tarefa da Operação Lava Jato, na região central. A força-tarefa, com seis procuradores, foi criada pela Procuradoria Geral da República para acompanhar as investigações.
O teor do depoimento está sendo mantido em sigilo para preservar o doleiro de pressões dos suspeitos e evitar a destruição de provas. O doleiro decidiu fazer um acordo de delação, segundo o qual contará o que sabe sobre Petrobras e pagamento de suborno a políticos em troca de uma redução de pena. Investigadores que acompanharam a negociação relataram à reportagem da Folhapress que ele não será colocado em liberdade imediatamente, como acontece em outros casos de delação. Terá de cumprir uma pena mínima de três anos em regime fechado.
Youssef é acusado de comandar um esquema que seria responsável pela lavagem de R$ 10 bilhões, com ramificações em estatais como a Petrobras e partidos como o PP, PT e PMDB. Ele decidiu fazer o acordo por pressão da família e depois que outros quatro réus da Operação Lava Jato optaram por colaborar com a Justiça, entre os quais Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras entre 2004 e 2012.
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