O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, está prestando depoimentos, em regime de delação premiada, ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) sobre o caso Copel/Olvepar – que teria desviado mais de R$ 84 milhões de dinheiro público estadual em 2002.
A informação foi confirmada pelo advogado do doleiro, Antonio Figueiredo Basto, que ressaltou que a colaboração faz parte do primeiro acordo de delação assinado por Youssef, ainda em 2004. Segundo Basto, a demora de julgamento do caso pela Justiça estadual fez com que os depoimentos tenham que ser tomados agora.
“Estamos fazendo de tudo para colaborar, inclusive tivemos que fazer um trabalho de recuperação de documentos, porque muitos deles foram extraviados. É inexplicável essa demora para o julgamento do caso”, declarou.
Ao menos quatro pessoas do alto escalão do governo estadual à época do caso foram citadas por Youssef nos depoimentos, que ainda não foram finalizados. Muitos dos crimes já estariam prescritos.
A reportagem tentou contato com o Ministério Público e com a Justiça estadual, mas ninguém atendeu às ligações.
Entenda o caso
Em 2002, a empresa de transportes Rodosafra tinha um crédito de R$ 15 milhões para receber da Olvepar (Óleos e Vegetais Paraná S/A). Como a Olvepar passava por dificuldades, ofereceu como pagamento um crédito de ICMS que tinha com o governo do estado. Os créditos, porém, foram considerados irregulares pelo Tribunal de Justiça (TJ) em 2000.
Em novembro de 2002, final do governo Jaime Lerner, o governo paranaense autorizou o reconhecimento de créditos de ICMS no valor de R$ 67 milhões. A Copel comprou, “com desconto”, um total de R$ 45 milhões em créditos de ICMS da Olvepar, pelo valor de R$ 39,6 milhões.
Segundo as investigações, o valor total do prejuízo foi de R$ 84,6 milhões: R$ 39,6 milhões desembolsados pela Copel e R$ 45 milhões referentes ao ICMS que a Olvepar deixou de pagar ao estado.
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