Transferência sob forte escolta policial: doleiro foi levado às pressas para hospital em Curitiba| Foto: César Machado / Gazeta do Povo

Cronologia

Veja os principais fatos da prisão de Alberto Youssef

17 de março – A Polícia Federal (PF) deflagra a Operação Lava-Jato para investigar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. O doleiro paranaense Alberto Youssef é preso sob suspeita de operar o esquema.

1º de abril – A Folha de S.Paulo mostra que o deputado federal paranaense André Vargas usou um avião fretado por Youssef para viajar de férias com a família.

9 de maio - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determina a soltura dos presos. No entanto, a Justiça Federal do Paraná consegue reverter a ordem e Youssef continua preso.

25 de julho – Na carceragem da PF, Youssef sofre um infarto e é removido para um hospital de Curitiba sob forte escola policial.

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O doleiro Alberto Youssef se encontra desde ontem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Curitiba depois de ter sofrido um infarto na carceragem da Polícia Federal. Youssef está preso desde 17 de março, quando a Polícia Federal deu início à operação Lava-Jato e apontou o doleiro como um dos principais responsáveis por um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter chegado a R$ 10 bilhões.

O infarto de Youssef teria ocorrido às 9h20 da manhã de ontem, segundo um de seus advogados, Antônio Figueiredo Basto. A Polícia Federal informou que chamou o socorro médico assim que o prisioneiro sentiu o primeiro mal-estar. Os médicos do Samu chegaram à carceragem e durante o monitoramento da atividade cardíaca de Youssef detectaram anormalidades.

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O paciente foi removido ao hospital com forte escolta policial e, por motivos de segurança, o nome do hospital em que ele está não é revelado pelas autoridades. De acordo com a Polícia Federal, um grupo especial faz a segurança de Youssef. O número de agentes que fazem a proteção também não foi informado.

Segundo Figueiredo Basto, o doleiro foi submetido a um cateterismo no hospital, para desentupimento de vasos sanguíneos. O procedimento correu normalmente, segundo a Polícia Federal. De acordo com outro advogado da defesa, Luiz Gustavo Flores, a pressão de Youssef estava bastante baixa no início da noite de ontem, o que causava preocupação nos médicos, e por isso ele permaneceria em observação na UTI sem previsão de alta.

Desde a deflagração da Lava-Jato, Youssef já se tornou réu de cinco ações penais movidas pelo Ministério Público. Nenhum dos processos foi concluído até o momento. A denúncia mais recente saiu nesta quinta-feira, poucas horas antes de o doleiro sofrer o infarto.

Na nova denúncia, o doleiro é acusado de operações irregulares e de cometer crime de evasão de divisas no valor de US$ 78,2 milhões. Ele foi acusado pelo Ministério Público Federal de ter realizado 1.114 contratos de câmbio fraudulentos envolvendo duas empesas offshore no First Curaçao Bank, nas Antilhas Holandesaa. As empresas são DGX Imp. and Exp. Limited e RFY Imp. Exp. Ltd.

A nova ação envolve outros sete acusados, entre eles a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, os irmãos Leonardo Meirelles e Leandro Meirelles, dos Laboratórios Labogen, e João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, que supostamente movimentava contas atribuídas a Youssef na Suíça e que é tido na denúncia como "laranja" do doleiro.

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