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Com muitas dores no corpo, na cabeça e ainda sentindo tonteiras, a empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho Pinto, 32 anos, agredida por cinco jovens na madrugada de sábado (23), voltou a ser hospitalizada na tarde desta segunda-feira (25) na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Ela recebe a ajuda do patrão, o empresário José Maria Mota, que também contratou um advogado para processar os acusados por danos morais, físicos e financeiros. Os rapazes vão responder por tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte) e podem pegar até 15 anos de prisão. Um deles ainda está foragido.

"Foi uma violência gratuita, sem justificativa. Essas pessoas não podem ficar impunes", disse Mota, que foi procurado por Sirlei logo depois que ela foi espancada em um ponto de ônibus na Avenida Lúcio Costa, na Barra. Os acusados ainda teriam roubado um celular e R$ 47 da vítima.

"Liguei para a minha ex-mulher que levou a Sirlei ao hospital para fazer exames. Ela foi medicada, mas agora voltou a sentir muitas dores e resolvemos levá-la novamente ao hospital", explicou ele, dizendo que ela trabalha há mais de um ano em sua casa.

Dos cinco acusados, apenas o estudante de Turismo Rodrigo Bassalo, 21, continua foragido. O delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), disse que já tem pistas de onde ele estaria escondido e que sua prisão é apenas uma questão de tempo.

Para delegado, todos participaram da agressão

O estudante de Direito Rubens Arruda Bruno, 19, foi detido na casa de um amigo, na Ilha do Governador, subúrbio do Rio, nesta segunda-feira (25). O colega, segundo o delegado, vai responder por favorecimento pessoal por esconder um foragido da Justiça. Já estavam presos: o estudante de Administração Felippe de Macedo Nery Neto, 20, o técnico de informática Leonardo Andrade, de 19, e o estudante de Gastronomia Júlio Junqueira, de 21.

Para o delegado Carlos Augusto, todos participaram da agressão. "Eles acharam que ela era prostituta, o que não justifica, e a espancaram sem nenhum motivo. Acredito que todos agrediram", disse. O delegado pretende manter os quatro na delegacia da Barra até que Rodrigo seja preso. Depois, eles serão levados para triagem na Polinter e transferidos para outra carceragem.

O advogado de Leonardo, Paulo Scheele, esteve na delegacia e criticou o rumo das investigações. "Os procedimentos ainda não foram concluídos. Muita coisa ainda precisa ser investigada", disse. Segundo ele, seu cliente, que hoje tem 19 anos, trabalha desde os 16, passou no vestibular para Informática e morava com os pais. "É um jovem saudável. Não há nada que justifique esse desvio de caráter".

O pai de Rubens, Ludovico Ramalho Bruno, não duvida que os cinco jovens tenham cometido a violência, mas acha injusto que eles sejam presos na mesma cela de outros criminosos e fez um apelo às autoridades. "Nós, pais, não temos culpa disso. Eles cometeram um erro. Essa agressão foi um absurdo e devem pagar por isso. Mas não junto com outros bandidos. São primários e estudam. Foi um deslize na vida deles".

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