A gravidez de uma dona de casa de 31 anos mobilizou os médicos de Santo André, na Grande São Paulo: mesmo sem inseminação artificial, Elaine Martins Cardoso concebeu cinco bebês. Um deles, no entanto, morreu, mas a mãe deve dar à luz quatro meninas gêmeas - provavelmente idênticas - em abril. A chance de uma gravidez natural de quíntuplos é de menos de uma em 40 milhões.

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Elaine descobriu a gravidez por acaso, há cerca de 10 dias, quando foi ao médico sentido dores de estômago. "Estava sentindo um estufamento, como se tivesse comido além do limite", conta ela, que está no quinto mês de gestação. A mamãe "quádrupla" conta que não havia desconfiado da gestação porque não sentiu nenhum sintoma. "Não tive nem aquele sentimento, que a gente sabe que está grávida mesmo antes do exame", diz.

A dona de casa sofre ovários policísticos, uma síndrome que causa ovulação irregular e, muitas vezes, dificuldades para engravidar. Em 2006, Elaine conta que só havia ficado menstruada em janeiro. Outras vezes, relata, chegou a ficar oito meses sem menstruação.

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Outro fator que contribuiu para que a gravidez passasse despercebida é que Elaine sempre esteve acima de seu peso normal. "Antes eu pesava 125 kg. Agora, peso 121 kg", relata. Antes do diagnóstico, ela chegou a passar por dois médicos para olhar o estômago. Só então foi a uma consulta com um clínico geral, que desconfiou que o incômodo poderia ser uma gravidez. No primeiro ultrassom que fez, conta, foram constatadas só duas das cinco crianças, uma delas já morta.

Bênção e preocupação

"Deu aquele desespero. Fiquei em choque. Por saber que estava grávida e também por saber que um havia morrido", relata Elaine. "Tínhamos planos de ter outro filho daqui a uns quatro anos. Moramos no fundo da casa da minha mãe e o salário do meu marido não dá para pensar em ter mais um filho", diz Elaine, que já é mãe de Vinícius, de dois anos.

O marido, Valter Cardoso da Silva, trabalha em uma empresa de aço e recebe salário de R$ 1.200 por mês. Para ele, a notícia de que mais um bebê estava a caminho foi ao mesmo tempo uma benção e uma preocupação.

Mas a surpresa maior ainda viria no dia seguinte. Depois de ir a um ginecologista, Elaine fez um exame mais específico, um ultrassom morfológico, que mostrou que não se tratavam de duas, mas de cinco crianças. "Não estava nos nossos planos, mas estava nos planos de Deus", diz.

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Agora a maior preocupação da família é sustentar os novos bebês. Eles esperam receber doações, já que os parentes também levam uma vida simples. As crianças só devem nascer em abril, mas Elaine já escolheu o nome de pelo menos uma delas. "Vitória. Acredito que ter esses bebês é mesmo uma vitória para mim", afirma.