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Poupado pelos colegas na Câmara dos Deputados, Natan Donadon (sem partido-RO) pode ser punido pela direção do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Ao receber garrafas d'água de colegas de outra cela para terminar o banho e poder comparecer limpo na sessão desta quarta-feira (28) Donadon cometeu falta disciplinar porque as regras do presídio proíbem troca de objetos entre os internos. O procedimento deve ser concluído em 60 dias e, como ele já está isolado em uma cela, Donadon pode ficar sem direito a receber visitas por 30 dias. "Entregar ou receber objetos é falta disciplinar", avisou um funcionário que não quis ser identificado.

O rompimento de um encanamento interrompeu o abastecimento de água para algumas alas do presídio e a situação só foi normalizada as 17h30, pouco antes do início da sessão para votação do pedido de cassação do parlamentar. Donadon está numa cela individual e o único acesso possível a outros presos seria através de uma janela que fica na porta. A direção do presídio acredita que, através de uma corda de lençóis apelidada de "Teresa", o deputado teria recebido as garrafas d'água dos presos próximos para concluir o banho. "É possível que os colegas tenham passado de uma cela para outra", concluiu o funcionário.

Durante seu discurso de 40 minutos, Donadon usou o episódio da falta d'água para tentar sensibilizar os colegas em plenário. "Por que ele não tomou banho de manhã?", questionou o funcionário. Donadon também fez uso da palavra para reclamar da qualidade da alimentação na Papuda e disse que o problema era uma demanda de seus colegas de presídio. "Não é como a alimentação que ele tinha (na Câmara) e não vai ser, nunca. Na minha avaliação, não é tão ruim assim", rebateu o funcionário. De acordo com o funcionário, uma empresa terceirizada fornece a alimentação dos presos e toda semana o cardápio é mudado, de modo que os pratos variam todos os dias.

O funcionário ressaltou que as alas do Complexo da Papuda são vistoriadas periodicamente pela Vara de Execuções Criminais e que a estrutura onde fica hoje o deputado Natan Donadon não é "desumana", como foi descrito por ele em seu discurso. "Ele tentou convencer os seus pares para ter a absolvição", disse o funcionário.

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