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Habeas corpus

O empresário pretendia ficar longe da polícia até que seus advogados conseguissem um habeas corpus para livrá-lo do pedido de prisão preventiva.

A solicitação, no entanto, foi negada pelo desembargador Euvaldo Chaib, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) na quinta-feira (9).

Seu advogados recorreram, então, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e esperam uma reforma na decisão inicial para que seu cliente possa responder o processo em liberdade.

O empresário Oscar Maroni, dono da casa noturna Bahamas, foi preso na madrugada desta terça-feira (14) em um flat da Zona Sul de São Paulo. Ele deve permanecer detido enquanto responde a crimes de favorecimento e exploração da prostituição, formação de quadrilha e tráfico de pessoas.

Os policiais chegaram ao flat à meia-noite. Eles foram direto para o 21º andar, onde Maroni estava hospedado. Da recepção, o delegado que investiga o caso ligou para o apartamento do empresário e pediu que ele descesse. Sem saber que outros policiais estavam no corredor, Maroni tentou fugir pela saída de emergência, mas acabou preso ali mesmo.

Durante a prisão, Oscar Maroni permaneceu calado. Quando foi algemado estava descalço. Mais tarde, pôde se trocar. Segundo o delegado, o empresário só quebrou o silêncio em um momento para reclamar que a prisão era injusta. Do hotel, ele foi levado para o 96º Distrito Policial, do Brooklin, na Zona Sul. Na chegada, escondeu o rosto e foi uma sala, onde ficou algemado na parede.

O empresário ficou no local por três horas. Como é formado em psicologia, foi transferido para o 13º Distrito Policial, da Casa Verde, na Zona Norte, onde ficam os presos com curso superior. Ele deve ficar lá até o fim do julgamento. Na saída, Maroni não quis comentar a prisão. "Meus advogados falam, pois agora muda de história", afirmou, pouco antes de ser transferido de delegacia.

Na semana passada, o empresário disse ao G1, em entrevista por telefone, que vinha recorrendo a disfarces para andar por São Paulo e pelo litoral sem ser percebido pela polícia.

Denúncia

Oscar foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Edison Aparecido Brandão, da 5ª Vara Criminal no dia 6 (segunda-feira). "Ele vai responder preso, porque tem um mandado de prisão pela 5ª Vara Criminal e fica à disposição da Justiça", afirma o delegado Luiz Estorni.

O empresário chegou a promover um concurso Miss Garota de Programa. Ele é investigado desde 2004. Mas a vida de Maroni começou a ficar complicada depois da tragédia com o avião da TAM, na região do Aeroporto de Congonhas, dia 17 de julho. O Oscar's Hotel, que ele construiu, está muito próximo da rota dos aviões. A prefeitura viu irregularidades na obra e mandou fechar o estabelecimento.

Maroni chegou a provocar o prefeito pessoalmente e a protestar contra o fechamento. Em uma de suas entrevistas, segundo a subprefeitura da Vila Mariana, ele teria admitido a prática de prostituição em seu estabelecimento. Na semana seguinte, a prefeitura cassou a licença da boate de Maroni e colocou blocos de concreto na porta. "Eu sou um morto-vivo da TAM. Estão tentando matar a minha dignidade", afirmou, na ocasião.

Agora a prefeitura quer demolir o Oscar's Hotel. Na época, Maroni disse que tinha autorização para realizar a obra e que o prédio ia continuar de pé. "Eu não posso pôr rodinhas no meu prédio e empurrar para direita ou para esquerda", disse Maroni.

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