O empresário Gilberto Lucena, dono da Linknet, uma das empresas acusadas de abastecer o "mensalão do DEM", usou o direito de ficar calado em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção do Distrito Federal que aconteceu na manhã desta terça-feira (6). Em vídeo, Lucena aparece pagando propina a Durval Barbosa, que era secretário de Relações Institucionais do governo de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), apontado como mentor do esquema.
Na gravação, o empresário entrega maços de dinheiro a Barbosa e reclama do alto valor cobrado. "É duro mais do que 4%, 5%", afirma ele, antes de pedir que Durval interceda junto a Arruda para diminuir o valor da propina cobrada.
Pela Constituição, ninguém é obrigado a produzir provas contra si. Mas além da garantia prevista pela lei, Lucena conseguiu um habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) para reforçar a prerrogativa de ficar em silêncio e poder ser acompanhado de um advogado.
O deputado José Antonio Reguffe (PDT), presidente em exercício da CPI, perguntou a Lucena se ele pretendia ficar calado frente a todas as perguntas ou se responderia alguma delas. O empresário disse que usaria o direito de ficar em silêncio. O parlamentar insistiu que seria importante que Lucena relatasse quando começou a pagar propina ao esquema, a quem pagava e quanto, mas o empresário não mudou de estratégia.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada