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O dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, disse em sua delação premiada, de acordo com reportagem da revista Veja, que negociou o pagamento de R$ 5 milhões ao então senador Gim Argello (PTB-DF) para enterrar a CPI mista da Petrobras no ano passado.

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Argello foi vice-presidente da CPI e, segundo o relato da revista, foi o porta-voz da negociação porque exercia influência sobre o presidente da CPI, então senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, deputado Marco Maia (PT-RS). De acordo com a revista, os recursos foram distribuídos entre eles por meio de doações oficiais.

Essa CPI terminou com poucos resultados, sem ter convocado empreiteiros nem pedido o indiciamento deles.

Gim Argello não retornou aos contatos da reportagem na manhã deste sábado (27). Na noite de sexta (26), ele havia afirmado que as doações recebidas da UTC foram legais. Vital do Rêgo e Marco Maia também não foram localizados.

Até o momento, nenhum deles havia sido alvo de investigação na Operação Lava Jato.

O ex-diretor Paulo Roberto Costa, também delator da Lava Jato, já havia dito que cuidou do pagamento de propina ao falecido senador Sérgio Guerra (PSDB-CE) para enterrar uma CPI sobre a Petrobras.

Outro senador denunciado por Pessoa em sua delação foi o ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL). Segundo a “Veja”, Collor usou sua influência na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, para pedir propina ao dono da UTC.

Por meio da influência sobre um diretor indicado por Collor, José Zonis, o ex-presidente ofereceu contratos à UTC em troca de propina. Pessoa relatou ter pago R$ 20 milhões ao senador, por intermédio do seu ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos. Eles já são investigados em inquérito no Supremo Tribunal Federal no caso Lava Jato. A assessoria de Collor não atendeu aos contatos da reportagem.

Pressão ao PT

Em sua delação, Pessoa citou doações provenientes de propina à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014 e implicou o envolvimento do atual ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, e do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, segundo a Veja.

No caso de Mercadante, o relato da delação de Pessoa diz que ele fez repasses ilegais à campanha do petista ao governo de São Paulo em 2010. De acordo com a prestação de contas apresentada pelo PT à Justiça Eleitoral em 2010, a UTC doou R$ 250 mil para a campanha de Mercadante.

Por meio de sua assessoria, Mercadante afirmou que todas as contribuições para sua campanha em 2010 foram feitas de acordo com a legislação eleitoral e estão registradas na prestação de contas entregue ao TSE.

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