Quanto mais concorrentes, mais críticas ao prefeito
Sandro Moser e Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo
A estratégia da campanha do prefeito Luciano Ducci (PSB) de conquistar o maior número de apoios partidários, além de somar tempo de tevê e cabos eleitorais, tem outro efeito importante: evita que mais concorrentes entrem na disputa pela prefeitura. Como Ducci é o prefeito, a tendência é que seja criticado pela maioria dos adversários, que apontarão erros da administração municipal. Com menos adversários, sofrerá menos críticas e consequentemente o desgaste será menor durante a campanha.
A tendência dos concorrentes em apontar erros da atual gestão ficou clara neste fim de semana em duas convenções partidárias que oficializaram adversários de Ducci. Tanto Gustavo Fruet (PDT) quanto Rafael Greca (PMDB), em suas declarações, indicaram que irão mostrar erros da prefeitura e apontar soluções para eles.
Devolver a cidade
Fruet disse que há uma "estagnação desse modelo de planejamento [o da gestão Ducci]". E destacou que a cidade precisa avançar nas áreas de saúde, segurança e transporte.
Greca também teceu críticas, especificamente, à saúde municipal. "Minha obrigação é devolver a cidade para os pobres que estão abandonados nas portas dos postos de saúde", disse ele durante a convenção peemedebista, no sábado. A melhoria do atendimento médico na cidade deve ser um dos motes da campanha de Greca. A escolha da vice dele indica isso: Marinalva Gonçalves da Silva é profissional da área da saúde.
O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), saiu do fim de semana de convenções partidárias com mais dois partidos importantes em sua chapa de reeleição o PSD e o PTB e um adversário a menos nas urnas: o deputado petebista Fabio Camargo. Agora, resta a Ducci fechar o nome do vice, que deve ser definido até o próximo sábado.
Os mais cotados para a vaga são o deputado estadual Ney Leprevost (PSD) e o deputado federal Rubens Bueno (PPS). O PSDB, que tinha a opção do deputado federal Fernando Francischini, saiu do páreo. O governador Beto Richa (PSDB) disse no sábado que o partido abriu mão de indicar o vice. Segundo Richa, é preciso dar oportunidade para outros partidos. O ex-vereador Osmar Bertoldi (DEM) corre por fora com o apoio de parte da base de vereadores, mas nos bastidores já é considerado quase carta fora do baralho.
Kassab
Leprevost foi lançado oficialmente como concorrente à vaga de vice na convenção municipal de seu partido, no sábado. E teve um cabo eleitoral de peso: o presidente nacional do PSD e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Nos bastidores, porém, comenta-se que, do ponto de vista estratégico, Rubens Bueno seria um nome melhor que Leprevost para o prefeito. Isso porque, ao compor a chapa de Ducci, o PPS deixaria de lançar a vereadora Renata Bueno como candidata à prefeitura. Mas a negociação com o PPS tem sido mais difícil. A postura na Câmara Municipal de Renata Bueno, filha de Rubens, também atrapalha. No ano passado, ela chegou a chamar os colegas vereadores de "bando de gentalha"; e a composição de Ducci com o PPS poderia desgastar a relação do prefeito com sua base.
Petebistas
A convenção municipal do PTB decidiu, no sábado, que o partido irá apoiar o PSB de Ducci. O deputado estadual Fábio Camargo queria ser o candidato do partido. Mas não conseguiu convencer os correligionários. Com isso, além de ganhar o apoio do PTB, Ducci terá um adversário a menos na eleição de outubro.
Outro partido que realizou convenção no fim de semana e que fechou com o prefeito foi o PTC. O PSB de Ducci agora conta oficialmente com o apoio de quatro partidos (o PSL também formalizou a coligação, além do PSD, PTB e PTC). Nesta semana, o prefeito espera oficializar aliança com mais nove legendas: PSDB, DEM, PP, PHS, PRP, PRB, PSDC, PMN e PTN.