O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), vai apresentar amanhã sua decisão sobre as primeiras ações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), protocoladas no colegiado. A oposição já prepara recurso caso sua decisão seja pelo arquivamento das ações. O Conselho é formado majoritariamente por aliados de Sarney - dez dos 15 senadores. Duque descartou pedir mais prazo, de cinco dias, para apresentar sua decisão sobre se aceita ou não as ações.
Duque disse que amanhã se pronunciará sobre as três denúncias apresentadas pelo líder do PSDB, senador Artur Virgílio (AM), ao conselho e sobre as duas primeiras representações apresentadas pelo Psol contra Sarney e contra o ex-presidente do Senado e líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL). Nas primeiras ações o Psol pede a apuração das denúncias de irregularidades no Senado durante a gestão dos dois senadores a partir da revelação dos atos secretos. Na representação, o PSOL argumenta que os atos secretos criaram cargos, aumentaram remuneração e contrataram aliados políticos e parentes, beneficiando Calheiros e Sarney.
As três denúncias contra Sarney foram apresentadas por Virgílio antes de o PSDB assinar as representações. Elas se referem a nomeações por atos secretos de parentes e amigos, ao suposto favorecimento do neto José Adriano Cordeiro Sarney, sócio de empresa que opera crédito consignado no Senado, e ainda suspeita de interferir a favor da Fundação Sarney, que desviou pelo menos R$ 500 mil de patrocínio de R$ 1,3 milhão da Petrobras para empresas fantasmas e da família Sarney, segundo revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Duque afirmou ainda que na sexta-feira terá a decisão sobre as outras representações contra Sarney. O PSDB protocolou três pedidos no conselho. Os documentos citam 18 atos secretos que teriam beneficiado parentes ou o próprio senador. O Psol também protocolou pedido de investigação sobre a denúncia de que Sarney teria ocultado mansão de R$ 4 milhões em Brasília de sua declaração de bens à Justiça Eleitoral. Também há no conselho outras três denúncias contra Sarney, apresentadas por Virgílio e pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
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