Aloysio Nunes: “Seria ingenuidade imaginar que o presidente da República à época não soubesse disso”.| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que concorreu ao cargo de vice-presidente da República em 2014 na chapa do senador Aécio Neves (PSDB-MG), dirigiu perguntas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, insinuando a necessidade de investigação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Ao fazer perguntas para Janot durante a sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Aloysio lembrou da prisão do ex-ministro José Dirceu na Operação Lava Jato no início do mês. “O Ministério Público corrobora a visão do juiz Sergio Moro de que o ex-ministro Dirceu foi o instituidor de um vasto esquema de corrupção instalado na Petrobras”, disse.

Além disso, o tucano mencionou que o ex-ministro da Casa Civil foi o responsável pela indicação de Renato Duque ao cargo de diretor de Serviços da Petrobras. Duque também está preso na Lava Jato, acusado de ter participado do esquema que desviou recursos da estatal. “Seria ingenuidade imaginar que o presidente da República à época não soubesse disso. Quem deu poder ao Dirceu foi o Lula”, provocou o senador do PSDB.

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O parlamentar cobrou também o fato de a Procuradoria ainda não ter se manifestado sobre um pedido apresentado em maio pela oposição e que pede que o MP apure a existência de crimes nas chamadas “pedaladas fiscais”. “Me parece estranho um silêncio tão longo depois de três meses”, disse, completando que, embora o caso esteja em discussão no Tribunal de Contas de União (TCU), o Ministério Público tem autonomia para agir no caso.

O senador criticou ainda atuação do vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, a quem acusou de ter atuação “próxima aos interesses do PT”. Aloysio disse que o vice-procurador atua com “dois pesos e duas medidas”, citando casos de pareceres favoráveis dados a candidatos petistas e posicionamentos mais críticos em casos envolvendo a oposição. “É da sua responsabilidade a indicação do procurador-geral eleitoral”, cobrou.