O pivô do suposto esquema do mensalão do DEM de Brasília, Durval Barbosa, desistiu de prestar depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados como colaborador do processo administrativo instaurado contra Jaqueline Roriz (PMN-DF). No fim da tarde de quinta-feira (28), os advogados de Durval protocolaram uma carta no Conselho cancelando o depoimento marcado para a próxima quarta-feira (4).
"Ele protocolou ontem, 18h30, uma carta no Conseho de Ética alegando que os deputados contrários a ele iriam compor para desmoralizá-lo. Que esses deputados que ele citou na Caixa de Pandora [operação da Polícia Federal] estariam trabalhando para desmoralizá-lo no depoimento", afirmou o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PDT-BA).
"Foi identificado movimentação de parlamentares dessa casa, inclusive aqueles citados em seus depoimentos, que direta e indiretamente teriam envolvimento com o escândalo da Caixa de Pandora, que estariam se mobilizando para constranger o colaborador visando de modo oblícuo atingir as diligências ainda em curso", diz o trecho da carta enviada pelos defensores de Barbosa ao colegiado.
A advogada Margareth Almeida, defensora de Durval Barbosa, havia confirmado na quarta-feira (27) que o cliente dela iria à Câmara dos Deputados na quarta-feira (4) para falar sobre Jaqueline Roriz (PMN-DF) no Conselho. Segundo a defensora, o pivô do escândalo de corrupção pretendia falar "tudo" que sabe sobre o caso.
Inicialmente, Margareth havia comunicado o presidente do Conselho que Barbosa só aceitaria falar ao colegiado se a reunião ocorresse fora do Congresso. Com todas as garantias de segurança oferecidas a Barbosa pelo presidente do colegiado, no entanto, o delator havia concordado em comparecer à Câmara.
Barbosa parte do programa de proteção à testemunha da Polícia Federal e vai contar com vigilância de agentes federais e de seguranças da própria Câmara no dia 4 de maio. A reunião foi marcada para 14h e Barbosa só poderá falar de questões relacionadas ao caso que envolve Jaqueline Roriz.
A deputada do PMN responde a processo de cassação no colegiado por aparecer em um vídeo, ao lado do marido, Manoel Neto, recebendo um pacote de dinheiro de Barbosa. A própria parlamentar já admitiu o recebimento de recursos e afirmou que utilizou o dinheiro na campanha para deputada distrital, em 2006. A verba, segundo ela, não teria sido informada na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral.
De acordo com o regimento do Conselho de Ética, durante o depoimento de Barbosa, nenhum integrante do colegiado poderia fazer perguntas diretamente para Barbosa. Caberia ao presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo, a missão de intermediar as falas do convidado. O delator do mensalão do DEM poderia deixar o plenário a qualquer momento, se sentir ofendido ou inseguro.
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