Em meio a um grande tumulto, cinco partidos protocolaram na tarde desta terça-feira o pedido de cassação do mandato do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), disse que encaminhará o pedido para a Mesa da Câmara numerar nesta quarta-feira e assim que recebê-lo de volta, nomeará o relator. Se Severino tentar protelar a abertura do processo e a representação não voltar para o Conselho em duas sessões, Ricardo Izar disse que fará a nomeação do relator e abrirá o processo imediatamente. Nesta terça, Severino sequer abriu o painel de votação da Câmara, essencial para que a sessão seja considerada aberta.

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Assinam a representação os presidentes do PDT, Carlos Lupi; do PPS, Roberto Freire; do PV, José Luiz Pena; e do PFL, Jorge Bornhausen. Pelo PSDB, assina como procurador o advogado Rodolfo Machado Moura, para evitar questionamentos, já que o presidente do partido, senador Eduardo Azeredo (MG), também é investigado por receber dinheiro do esquema do empresário Marcos Valério. Os deputados Moreira Franco (PMDB-RJ) e Geddel Vieira (PMDB-BA) fizeram questão de demonstrar seu apoio à representação, mas o presidente do partido, Michel Temer (SP), não assinou.

- Pelo menos o PMDB não fica totalmente ausente - explicou Moreira.

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O deputado Ivan Valente (PT-SP) anunciou que 20 deputados da esquerda do partido estão apoiando informalmente a representação, assim como o PSOL, que, por ainda não ter o registro na Justiça eleitoral, não pode encaminhar pedidos desse tipo. A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) estava presente.

- É um fato inédito e histórico pedirem o afastamento do presidente da Câmara, acusado de corrupção. Era uma crise que era do Executivo, mas agora atinge diretamente a Casa e exige pronta resposta - disse Roberto Freire.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que bateu boca com Severino no plenário da Câmara há 10 dias, aproveitou para criticar os petistas que não assinaram a representação.

- O PT decidiu abraçar o Severino. Só vão entrar se houver provas contundentes, mas se tiver provas contundentes, você prende, não precisa do processo - afirmou.

Indagado sobre a estratégia para impedir que Severino presida a sessão em que será votado o pedido de cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), Gabeira disse que isso é surpresa. E mandou um recado para os aliados do presidente da Câmara, que ameaçam ir ao Conselho de Ética contra ele e os demais parlamentares que assinaram a representação:

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- Eles não deviam perder tempo comigo porque têm é que correr da polícia. A minha tese é de que Severino não pode presidir a sessão do mensalão se é acusado de receber o mensalinho - afirmou.