Um email do diretor da Odebrech t Rogério Araújo, apontado como um dos representantes da Odebrecht no cartel que atuava na Petrobras, liga o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) às negociações sob suspeita para incluir Construtora Norberto Odebrecht (CNO) num dos consórcios contratados para obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), ao lado da Mistui e da UTC. Araújo teve prisão preventiva decretada pelo juiz Sergio Moro e foi um dos 12 presos na última sexta-feira na 14ª Fase da Operação Lava Jato.
“Petrobras/PR vai conversar com o Governador sobre este novo arranjo com participação da CNO (é importante o Sérgio Cabral ratificar! e também definir o seu interlocutor neste assunto que atualmente junta e Petrobras e Mitigue é o Eduardo Eugênio). Mitsui/JC gostaria que a reunião de segunda-feira fosse realizada após a conversa da Ultratec na Pb, ou seja, após terça-feira, dia 9/10. Eu fiz pressão para mantermos nossa agenda e ele ficou de dar retorno. Darei retorno a vocês”, diz Araújo na mensagem datada de 4 de outubro de 2007.
PR é Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da Petrobras. Eduardo Eugênio é Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
No mesmo e-mail Araújo afirma que naquele dia Júlio Camargo, que representava a empresa Mitsui, esteve na Petrobras e “recebeu o input” de fazer parceria com a Odebrecht e teria concordado. Alguns dias depois, segundo o email, a mesma orientação seria dada a Ricardo Pessoa, presidente da UTC, que na época se chamava Ultratec Engenharia.
A atuação de Araújo no cartel foi delatada pelo ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco Filho. Em depoimento de delação premiada, Barusco afirmou que Araújo é quem tinha lhe apresentado a lista das empresas que seriam convidadas para as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, uma das duas principais obras investigadas pela Operação Lava Jato, ao lado do Comperj.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o ex-governador Sérgio Cabral afirmou que jamais interferiu em quaisquer obras da Petrobras, inclusive as do Comperj. “No que diz respeito ao abastecimento de água, o Governo do Estado do Rio de Janeiro tem como empresa responsável a CEDAE. Todos os assuntos relativos ao abastecimento de água para empresas e residências no Governo Sérgio Cabral foram tratados diretamente pela CEDAE”, disse em nota.
A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa da Firjan, mas ainda não obteve resposta.
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