R$73 milhões
Seria quanto os fundos de investimento Petros, da Petrobras, e Postalis, dos Correios, aplicaram em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef. Os fundos, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, perderam todo o investimento.
A Polícia Federal (PF) está investigando se investimentos feitos por fundos de pensão em estatais em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, foram negociados pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A informação foi publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, o Petros, fundo dos empregados da Petrobras, e o Postalis, dos Correios, aplicaram R$ 73 milhões e perderam praticamente todo o investimento. Parte do dinheiro teria ido para uma consultoria usada por Youssef para repassar propina de empreiteiras e fornecedores da Petrobras a políticos do PT e de outros partidos que apoiam o governo de Dilma Rousseff no Congresso.
A PF teria encontrado e-mails em computadores de pessoas ligadas a Youssef sugerindo que Vaccari ajudou operadores do doleiro a fazer contato com o Petros em 2012, quando o grupo tentava captar recursos para o Trendbank, empresa que administra fundos de investimento. O elo entre o petista e o doleiro seria Enivaldo Quadrado, um operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no mensalão. Quadrado foi condenado por distribuir dinheiro no início do primeiro governo Lula e mais tarde passou a trabalhar para Youssef. Ao jornal, Vaccari negou participação nas negociações.
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), promete pedir a convocação de Vaccari para falar sobre o suposto envolvimento dele com Youssef na CPMI da Petrobras.
"Vaccari é uma peça fundamental para as investigações da CPMI, e a comissão não pode prescindir dele. Vamos apresentar requerimento já na segunda e esperar que o presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB) peça uma reunião o quanto antes porque temos muito a decidir no colegiado", disse Bueno. Ele também deverá pedir a convocação do ex-ministro Antonio Palocci.
"Indiretamente, o ex-ministro disse que quem deve explicações à sociedade brasileira é João Vaccari Neto e vamos indagá-lo tanto sobre o uso do dinheiro da corrupção na Petrobras pela campanha de Dilma em 2010, quanto sobre o envolvimento dele com o esquema de Alberto Youssef nos fundos de pensão", afirmou Bueno.
Youssef fará "delação total", diz advogado
Estadão Conteúdo
Preso pela Operação Lava Jato da Polícia Federal e alvo de ações que o acusam de uma série de crimes, o doleiro Alberto Youssef vai fazer uma "confissão total dos fatos" nos depoimentos que prestará nos próximos dias, segundo o seu advogado, Antonio Figueiredo Basto. Youssef será ouvido a partir de um acordo de delação premiada, na qual diz o que sabe aos investigadores em troca de redução da pena. Esse acordo precisa ser aprovado pela Justiça, algo que ainda não ocorreu.
"Acordo de colaboração pressupõe a confissão integral dos fatos, responder todos os fatos que for perguntado, a responsabilidade em colaborar com a Justiça", afirmou o advogado. "As outras pessoas [apontadas por Youssef] vão ter o direito de se defender."
Deflagrada em março deste ano, a Operação Lava Jato desbaratou um esquema de lavagem de cerca de R$ 10 bilhões liderado por Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O ex-executivo da estatal já firmou um acordo de delação premiada no qual acusou uma série de políticos da base do governo da presidente Dilma Rousseff de receber dinheiro desviado de contratos irregulares da Petrobras. Em razão do acordo, Costa deve ser solto ainda nesta semana. Depois, aguardará a conclusão do caso em liberdade e poderá ter eventuais penas judiciais reduzidas.
As investigações apontam que o doleiro e Costa tinha m contato com vários políticos, como os deputados federais André Vargas (sem partido-PR) e Luiz Argôlo (SD- BA).
Youssef também é suspeito de fazer negócios com dirigentes partidários. Uma das linhas de investigação mira no tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
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