Ao que tudo indica, o Senado deve confirmar, nesta quarta-feira (31), o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República. O processo de impeachment contou com apoio de várias entidades empresariais, entre elas a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Em entrevista à Gazeta do Povo, o presidente da federação, Edson Campagnolo, afirma que o momento é de confiar no novo governo e que haverá apoio “irrestrito” dos industriais a medidas que reaqueçam a economia.
Sessão que definirá o afastamento de Dilma começa às 11 horas; confira o rito
Por que a Fiep defendia a saída de Dilma?
Não havia mais como manter o governo do PT. Eles não tinham credibilidade nenhuma nem no setor produtivo nem na sociedade. Houve um desgaste natural diante do quadro caótico que o partido construiu nesses últimos anos, especialmente na economia. Estamos falando de 12 milhões de desempregados. Que política econômica é essa?
Dado como certo, governo Temer deve ter medidas polêmicas desde o primeiro dia
Leia a matéria completaSer a favor do impeachment significa apoio automático ao governo Michel Temer a partir de agora?
É o momento de confiar no novo governo, na linha do “não tem tu, vai tu mesmo”. Vamos ter de nos abraçar, dar apoio e mover todas as forças possíveis em prol do país, apresentar propostas de mudanças e ajustes na economia. Medidas que reaqueçam a economia terão nosso apoio irrestrito. Estamos dispostos a mover tudo o que estiver ao nosso alcance para contribuir e melhorar o país no menor espaço de tempo possível.
Para o setor produtivo, que medidas seriam importantes neste momento?
Já levamos muitas contribuições ao novo governo, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Há uma série de propostas no setor de infraestrutura e logística, de redução da burocracia que hoje emperra as exportações. Também necessitamos de medidas que atraiam capital externo – não esse dinheiro especulativo de hoje − para irrigar a economia e permitir os investimentos que o Brasil precisa. O setor produtivo abraça propostas como a minirreforma trabalhista, por exemplo. Mas é preciso começar o quanto antes, porque isso vai surtir efeito apenas lá na frente.
E o tema aumento de impostos. Como a Fiep se posicionaria em relação a isso?
Nosso setor não tolera nenhum tipo de aumento na carga tributária, por mais que seja temporário, emergencial. Isso oneraria a produção e, inevitavelmente, o cidadão é quem pagaria a conta.
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