“Faz 13 anos que estou limpo”, diz o militar aposentado Paulo Vitorino Silva, de 71 anos. Ele nunca usou drogas: era viciado em jogos de azar. Chegava a arriscar R$ 2 mil por dia no jogo do bicho e em caça-níqueis em Florianópolis, onde mora. Por isso, ele avalia que as apostas têm efeito mais devastadores do que qualquer entorpecente. “A pessoa se afunda. O que um viciado em drogas gasta não chega a um pedacinho do que um jogador compulsivo torra. O jogo é pior que droga”, afirma.
Por causa da jogatina, Silva chegou ao que chama de “fundo do poço”. Mesmo com os vencimentos consideráveis da aposentadoria, conseguiu zerar três contas bancárias, em que ele e a esposa guardavam suas economias. “Eu perdi até apartamento e fiz dívidas com agiotas. O vício era tanto que eu roubava coisas de casa e vendia para ter dinheiro para jogar”, conta. “E por trás dos jogos vêm outros vícios. Eu bebia e fumava muito.”
Compulsão
O militar aposentado procurou terapia e entrou para o grupo Jogadores Anônimos, em que pessoas que têm compulsão por jogos trocam experiências – em uma dinâmica semelhante à dos Alcoólicos Anônimos. Há 13 anos, Silva não faz uma única aposta. “O jogador é um doente, como qualquer outro. O problema da legalização é que, quanto mais ofertas de jogos, mais fácil ter uma recaída”, diz.
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