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Michel Temer disse que é preciso diálogo nesse momento. | Pedro Ladeira/Folhapress
Michel Temer disse que é preciso diálogo nesse momento.| Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Em seu primeiro discurso no posto de presidente interino, Michel Temer fez um apelo ao setor privado e à classe política pelo apoio a medidas e reformas para retomar o crescimento do país e defendeu que a Operação Lava Jato não sofra interferências que possam enfraquecê-la.

“A moral pública será permanentemente buscada por meio dos instrumentos de controle”, disse. “A Operação Lava Jato tornou-se referência e, como tal, deve ter seguimento e proteção contra qualquer interferência que possa enfraquecê-la”, acrescentou.

Na cerimônia de posse dos novos ministros, o peemedebista se concentrou em afagar o Congresso Nacional, se comprometeu à manutenção dos programas sociais do governo petista, elencando-os nominalmente, e disse ter “respeito institucional” à presidente afastada Dilma Rousseff.

“Faço questão e espero que sirva de exemplo declarar meu absoluto respeito institucional à presidente Dilma Rousseff. Não discuto aqui as questões por que ela foi afastada, mas observo a liturgia do trato das questões institucionais”, disse.

Em discurso de cerca de 25 minutos, apesar de ter citado a petista, o peemedebista não poupou críticas à gestão da presidente afastada. Segundo ele, o país vive neste momento “sua pior crise econômica” e uma “grave situação caótica” na área da saúde.

“Nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre da economia”, disse. “Compreendemos o momento delicado, difícil e ingrato. Não podemos olhar para frente com os olhos de ontem”, acrescentou.

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O peemedebista também prometeu medidas de saneamento da máquina pública. Além do corte de nove ministérios, ele anunciou a encomenda de estudos para eliminar cargos comissionados e funções gratificadas desnecessárias, “sabidamente na casa dos milhares”.

O presidente interino reconheceu que não busca a “unanimidade” na aprovação popular, mas ressaltou que usará o diálogo como busca de um entendimento.

“É urgente pacificar a nação e unificar o país. É urgente fazermos um governo de salvação nacional com partidos políticos e entidades organizadas que me prestem colaboração para tirar o país desta grave crise em que nos encontramos”, disse.

Entre as propostas sugeridas, o peemedebista defendeu o incentivo a parcerias público-privadas e uma revisão do pacto federativo, que dê maior autonomia a estados e municípios. Ele pregou também, apesar de ter reconhecido derem temas controversos, reformas trabalhistas e previdenciárias com o objetivo de dar sustentabilidade à administração federal.

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“A modificação que queremos fazer tem como objetivo o pagamento das aposentadorias e geração de emprego. A busca da sustentabilidade será balizada pelo diálogo e pela conjugação de esforços”, disse.

Na chegada do presidente interino ao Palácio do Planalto, foram lançados fogos de artifício. O peemedebista chegou ao local às 17h20.

Antes da entrada dele, os novos ministros tiveram de esperá-lo numa sala anexa ao local da cerimônia. Do lado de fora, em conversa com deputados e senadores, Bruno Araújo (Cidades) teve de ser chamado pelo mestre de cerimônia para se juntar aos demais.

Com a grande quantidade de convidados para a cerimônia, promovida no menor salão para eventos do Palácio do Planalto, a maior parte da imprensa teve de acompanhar o evento fora do local, por apenas uma televisão.

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