A revista britânica “The Economist” publicou em seu site um texto crítico ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. “A ação de [Eduardo] Cunha é falha e ameaça afundar mais o Brasil na lama”, afirmou a revista, em referência a editorial de fevereiro em que disse que o país encontrava-se em um “atoleiro”.
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Nesta quarta-feira (2), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu o pedido de impeachment, que agora passará a tramitar pelo Congresso.
Sem deixar de criticar Dilma, a publicação classificou a decisão de Cunha como um ato de vingança pessoal. “Ele agiu horas depois que três membros petistas da Comissão de Ética da Câmara afirmaram que iriam votar para removê-lo do Congresso”, disse o texto, mencionando que o presidente da Câmara é investigado por procuradores por suspeita de cobrar propina no esquema da Petrobras.
“Rousseff merece ser punida por sua irresponsabilidade fiscal, mas isso é uma tecnicalidade. Em uma democracia, o impeachment é a arma suprema: deve ter uma sólida base legal e política”, acrescentou.
A Economist ressaltou em seu texto que Dilma é a presidente mais impopular da história recente, que a petista perdeu o controle do Congresso e, por isso, não consegue aprovar o pacote fiscal para reparar a economia. Também consta a informação de que a presidente teve suas contas de 2014 rejeitadas pelo TCU por ter escondido, em ano eleitoral, a situação das finanças do governo.
A campanha eleitoral da reeleição da presidente, que prometeu manter os empregos, o padrão de vida dos brasileiros e os programas de governo foi chamada de “falsa promessa”. “Devido à má gestão e altos gastos em seu primeiro mandato, a economia está aprisionada em um vórtice repugnante”, explicou.
No entanto, a revista afirmou que o impeachment servirá como distração a um governo que já encontra-se distraído e defendeu que Dilma merece mais alguns meses arrumar a situação. “Se falhar, haverá mais argumentos para persuadi-la a renunciar pelo bem do país. Ao agir muito cedo e com base em argumentos fracos, Cunha pode ter dado vida mais longa a uma presidente fraca e destrutiva.”
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